A razão oculta da paixão

Os sentimentos da paixão não nascem no coração. Por trás de todo o sofrimento e alegria de estar apaixonado existe um cérebro.

Michele Coronetti

Estar apaixonado é sempre correlacionado ao coração. Afinal, ao ver a pessoa amada ele dispara, borboletas podem ser sentidas em volta dele, um sentimento de bem-estar preenche o corpo e instintivamente as mãos são levadas ao coração. É claro que cada um destes acontecimentos tem explicação química e biológica. Ligar o sentimento da paixão à razão ou ao cérebro está muito longe do convencional.

Porém, na verdade, é o cérebro que se apaixona. Isso tem sido provado por pesquisas de diversas universidades como a Universidade de Genebra, Universidade College de Londres e Harvard. É ele quem comanda as sensações típicas da paixão. E também escolhe a pessoa por quem se apaixonará. A pessoa até pensa que o coração escolheu uma pessoa que nada tem a ver com seu ideal, mas analisando bem todos os detalhes, o cérebro escolheu de acordo com seus parâmetros. Hora de parar de culpar o coração por se apaixonar pela pessoa errada.

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A escolha do cérebro se baseia por alguém semelhante nas atitudes, gostos, crenças e projeções futuras. Quanto mais parecida a pessoa for, mais a razão permitirá que o encanto continue. Provavelmente por isso, 68% dos relacionamentos que perduram foram apresentados por um conhecido e 60% surgiram em ambientes como trabalho, escola ou igreja.

A projeção do que foi idealizado desde a infância através dos relacionamentos dos pais, parentes e outras pessoas de convivência chega muito forte na hora da paixão. Tudo isso feito de maneira muito sutil. E não é somente a aparência que contará nesta projeção, o jeito da pessoa encanta mais que seu aspecto físico, especialmente para as mulheres.

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Conhecer a pessoa, conversar com ela e ter descoberto várias semelhanças ajudarão a criar uma paixão. Mais uma vez o cérebro comandará algumas sensações agradáveis e desagradáveis ao mesmo tempo. Falta de sono, diminuição do apetite, pensamentos aéreos. Nada disso vem do coração, mas do cérebro que está dominado por pensamentos cheios de sonhos com a pessoa amada. O efeito químico da paixão atuando na rotina.

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E então a pessoa se torna dependente da outra. Se há alguma comunicação, a felicidade se instala. Se há afastamento, chega a tristeza. Comandados pela razão, os sentimentos podem ser afugentados ou alimentados. Se o apaixonado percebe que não haverá futuro, educará seus pensamentos até conseguir esquecer. Caso decida que foram feitos um para o outro, encontrará uma forma de equilibrar as alegrias e tristezas advindas da paixão.

Para que o casal permaneça apaixonado por anos a fio, a razão deve entrar em cena mais uma vez. Aqueles que decidem que passarão o restante de seus dias de vida ao lado da pessoa amada, usam seu cérebro para manter estes sentimentos. E isso realmente é possível, segundo o estudo de cientistas, não importando o tempo de convivência. Mas depende da escolha da pessoa em nutrir e manter a paixão ou não. Uma escolha muito racional.

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Com este entendimento, parar de enviar corações nas conversas de WhatsApp, no Facebook ou em bilhetes e trocar por desenhos de cérebros pode causar certa confusão. Mas saber que estar apaixonado é algo que a razão autoriza e que na verdade já se programou para isso, traz mais segurança ao sentimento mais incompreendido que existe no mundo.

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Michele Coronetti

Michele Coronetti é secretária, mãe de seis lindos filhos, gosta de cultura e pesquisas genealógicas.