A OMS reconhece oficialmente como transtorno o vício em videogame

É mais grave do que pensávamos e os pais precisam agir agora. Se acha que o seu filho pode estar se viciando em videogames, leia isto

Emma E. Sánchez

Se você parou para ler este artigo, certamente é porque você tem alguma preocupação com o tempo que as crianças passam em frente às telas. E bem, eis a confirmação do que muitos já imaginávamos:

Finalmente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas de Saúde Conexos (CIE) o transtorno de uso de vídeo jogos devido aos comportamentos viciantes que podem gerar esse tipo de jogos.

Por que essa notícia é importante?

Uma vez que esta desordem tenha sido aceita, a comunidade de especialistas poderá fazer recomendações precisas para seu gerenciamento e recuperação.

É muito importante confirmar que se trata de um distúrbio ou vício, para isso, deve-se confirmar que o comportamento foi evidente em, pelo menos, um período de 12 meses ou menos e se há comportamentos ou sintomas graves. O padrão de comportamento viciante pode se dar quando se joga online ou quando não se está conectado.

Que sintomas devem ser observados?

De acordo com a classificação descrita pelo CIE, deve-se observar:

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Falta de controle do jogo

Isto significa frequência, intensidade, duração, determinação e o contexto onde se desenvolve.

As crianças podem, de repente, começar com algumas horas por semana, mas depois começam a passar horas por dia em frente a uma tela, e isso já é um sério problema.

Aumento da prioridade dada ao jogo

Quando o jogo é o mais importante para a pessoa e ela deixa de lado coisas vitais, como tomar banho, comer, sair, ir à escola ou relacionar-se com outras pessoas, já estamos em problemas sérios e é necessário a intervenção de um profissional.

Continuação ou aumento do tempo de jogo apesar de ter consequências negativas

Quando o vício surge, as consequências negativas aparecem. Reconhecê-las e aceitar que estão acontecendo é fundamental para poder mudar e melhorar.

Deterioração significativa em nível pessoal, familiar, social, educacional, ocupacional ou em outras áreas importantes de funcionamento

As relações familiares são prejudicadas, o trabalho é perdido, a escola e a apresentação pessoal mudam, a alimentação é alterada e os hábitos básicos de higiene são esquecidos; isso já é reconhecido como uma deterioração que deve ser interrompida o mais rapidamente possível.

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Antes que seja tarde demais

É muito importante poder reconhecer esses sintomas a tempo de poder agir oportunamente. Talvez uma pessoa, um jovem ou um adolescente, não apresentem todos os sintomas, ou se manifestem todos ao mesmo tempo, mas isso não significa que não se trate de um transtorno já evidente.

E como sempre, a prevenção é o melhor remédio. A vantagem contra um problema de saúde é ter conhecimento prévio dele e preveni-lo. Tanto em casa quanto na escola, todos devemos estar muito atentos para que não aconteça.

O que podemos fazer como medida de prevenção?

  • Nada de telas ou jogos antes dos 4 anos
  • Crianças até aos 12 anos não precisam de celulares
  • Limitar o tempo de uso dos jogos, tablets e telas em geral
  • Ter mais atividades, especialmente físicas
  • Nunca relacionar o tempo de jogo com fast food ou com o horário das refeições

E, acima de tudo:

Observar as relações familiares e a convivência com outras crianças, porque os videogames podem ser fuga para muitos problemas em casa.

Os patrocinadores do vício

Outro ponto importante a observar e cuidar é reconhecer que, para que alguém se inicie em um vício, é necessário que alguém induza ou patrocine. Isto significa reconhecer quem fornece os videogames, os aparelhos, os dispositivos, a ligação à Internet e o encobrimento ou resolução dos pequenos problemas que vão surgindo.

Quando os pais e toda a família fazem uma frente comum, o vício é mais fácil de ser superado. Enquanto alguém estiver induzindo ou patrocinando a origem do problema, não haverá solução definitiva.

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Os videogames não são maus, na verdade, há muitos que são bem divertidos que incluem atividade física e a convivência social. Mas outros são violentos e facilmente viciantes, e estes devem ser evitados a todo custo.

O principal é ensinar às crianças o autocontrole e autodomínio, pois, afinal, essas ferramentas lhes serão úteis para toda sua vida. Hoje pode ser videogame, mas amanhã podem ser drogas, e eles devem ser fortes o suficiente para dizer não, e essa força só é obtida praticando com pequenos exercícios de autocontrole ao longo da infância e juventude.

Fique perto de seus filhos, brinque com eles e observe-os, aprenda com eles e os conheça, essa é a grande vacina para que eles nunca desenvolvam um vício.

O esforço vale muito a pena e, sobretudo, lhes trará muita felicidade.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original La OMS reconoce oficialmente como trastorno la adicción a los video juegos 

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Emma E. Sánchez

Pedagoga e terapeuta de família e de casal. Casada e mãe de três filhas adultas. Apaixonada por Educação e Literatura. Escrever sobre temas familiares para ajudar os outros é minha melhor experiência de vida.