A fórmula do amor ideal: você + eu = nós

O mistério do amor em um relacionamento reside na preocupação pelo casal como o conjunto de duas pessoas que dançam no mesmo ritmo.

Erika Otero Romero

Não há amor impossível, pelo menos da minha perspectiva. A meu ver, existem seres humanos que não se arriscam em dar e receber amor.

Certamente, amar alguém traz muitas coisas boas. Mas a questão é que o amor só cresce e se fortalece graças a sofrimentos e sacrifícios; e de nenhuma outra maneira. Os bons tempos, em um relacionamento, são para serem desfrutados e os maus, para crescer e se conhecer melhor.

Em se tratando de amor, é preciso se entregar sem medida ao que quer que esse relacionamento nos reserve. Seja qual for o resultado desse amor – se quer saber a minha opinião – você jamais sairá perdendo, mesmo que partam o seu coração. E isso acontece sempre, não tenha dúvidas.

O amor como um romance

Não é que eu tenha uma visão muito romantizada da vida. Está além disso. É possível que eu escreva essas linhas movida pela inspiração que obtive da última história de amor que li recentemente. Não sei, mas, acredite em mim, sempre vale a pena derramar algumas lágrimas pela pessoa amada; mesmo que ela não valorize ou acabe nos abandonando na velhice.

De uma coisa tenho certeza, se quisermos amar da melhor forma possível, jamais devemos nos esquecer desta fórmula: 1 + 1 deve ser sempre  igual a 3: você, ele ou ela, e o relacionamento.

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Se você pensou que o “terceiro na disputa” eram os filhos, estava enganado. Os filhos são, de fato, a consequência do amor manifestado por vocês. Mas não haverá filhos (pelo menos, desejado) se o casal não se importar com o relacionamento.

Qual é a graça de trazer filhos ao mundo por obrigação ou para manter alguém ligado a você? É mais bonito e muito melhor quando os filhos – sejam eles biológicos ou adotivos – chegam como consequência do amor que surge de duas pessoas em um relacionamento romântico.

É claro que existe, também, o amor capaz de perdurar e se superar sem filhos. Não é que esses casais não os queiram, é que, às vezes, não importa o quanto aguardem ansiosamente, eles simplesmente não chegam. Assim, o casal segue em frente, até o fim de seus dias. A fórmula ainda é a mesma, tendo o amor como base e testemunha de sua luta.

Por que 1 + 1 é igual a 3 no amor?

Porque quando você se refere a você e seu cônjuge, a única maneira de fazê-lo é referir-se a “nós”.

No entanto, antes de um “nós” há duas pessoas. Cada uma delas, sozinha, é incompleta, até terem a sorte de se encontrar. Mas, para que isso aconteça, há um processo árduo que poucos seres humanos conseguem concretizar.

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Você: é primordial que, para amar outra pessoa, você comece a se amar. Se você não se ama, não se respeita e nem se valoriza, você não conseguirá fazer com que o outro a ame, respeite e valorize.

Amar a si mesma é se aceitar do jeito que é. É mudar apenas porque você quer, e não para agradar alguém. Você não tem que ser perfeita, pois são as imperfeições que costumam fazer com que as pessoas amem muito umas às outras.

Ele ou ela: às vezes, essa pessoa que você ama é alguém que você idealiza. Mas, o problema é que, depois dessa idealização vem a “aterrissagem no mundo real”. E a aceitação é alcançada através de sacrifício, de dar e receber, de deixar o ego de lado para se tornarem “um”. E é aí que o “nós” nasce.

Nós: como eu disse antes, é o abandono do ego. Pare de pensar no que você quer, e pense no bem-estar da outra pessoa.

Isso implica em trabalho árduo que não acontece da noite para o dia, mas através do conhecimento mútuo e do esforço para seguir em frente, mesmo em meio a dificuldades.

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O casal e o crescimento individual que o fortalece

Obviamente, cada parte dessa fórmula requer um trabalho individual. Você deve se lembrar de que cada pessoa tem sonhos, objetivos e aspirações que farão dele um ser humano melhor. Soma-se a isso os objetivos e aspirações que vocês dois desejam alcançar, como casal, para ver seus sonhos se realizarem.

Um casal se fortalece devido ao trabalho individual e conjunto. Se não se esforçarem para crescer individualmente, o casal estará fadado ao fracasso, já que ambos constituem esse casal, e não são seres estáticos, mas em mudança e movimento contínuo.

Quando duas pessoas se aprimoram simultaneamente, o casal começa a avançar. Porém, quando um dos dois tem aspirações e o outro, não, deixando-se apenas levar pelas circunstâncias; dificilmente o casal consegue avançar.

O amor pode funcionar tanto em duas pessoas totalmente diferentes quanto em pessoas com muitas coisas em comum. Funciona porque ambos procuram fazer funcionar, mas isso requer trabalho e comunicação contínuos.

A importância de falar com clareza

Um casal não é nada se não souber se comunicar de forma clara. Não é falar e fazer com que o outro ouça; é falar e ouvir de maneira dinâmica que faz com que um casal se mantenha unido.

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Você pode tentar atribuir um poder sobrenatural aos relacionamentos íntimos, como essa “cola instantânea” que os mantém unidos. A realidade, porém, é que eles até podem se entender muito bem sexualmente, mas, ao lidar com os problemas mais profundos e aqueles que precisam ser discutidos, eles caem em suposições e acusações que, gradualmente, afetam o relacionamento.

Nem sexo, nem filhos, nem se calar e ceder, nem ficar sem reclamar são maneiras de permanecer juntos ao longo do tempo. O sexo é a expressão física do amor que ambos sentem. As crianças são o produto desse amor, e, mais cedo ou mais tarde, sairão de casa; e calar-se apara não brigar é a condenação ao fracasso.

Portanto, antes de se prepararem para um compromisso de longo prazo, verifiquem se vocês estão conversando e se passam tempo juntos. Procurem se conhecer melhor, conheçam os amigos e a família um do outro. Tentem se apaixonar devido às qualidades um do outro e amem seus defeitos. Apoiem-se nos bons e maus momentos, enquanto ainda namoram. Isso irá prepará-los para a vida a dois.

Traduzido e adaptado por Erika Strassburger, do original La fórmula del amor ideal: Tú + yo = nosotros

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.