A conciliação da vida pessoal com a profissional para a Mulher
Conflito entre profissional e pessoal. Realidade mostrada no filme "O Sorriso de Monalisa", década de 50. E nos dias atuais, nós mulheres podemos ser realizadas profissionalmente e pessoalmente? Que lições podemos tirar deste..

Mayara Tomie Dourado Taguti
“O Sorriso de Monalisa” é um filme de que gosto muito. Ele traz muitas questões a respeito da evolução do papel da mulher na sociedade da época, e que podemos comparar com a sociedade atual.
Sua história se passa na década de 50, na qual ainda era predominante o ditado: “Lugar de mulher é na cozinha”, e existiam colégios que ensinavam à mulher somente a como ser esposa culta (para que não envergonhasse o marido em eventuais reuniões de negócios), e a ser uma amorosa mãe.
Tudo muda com a chegada da nova professora de artes Katherine Watson (interpretada por Julia Roberts) que teve uma educação mais liberal, na qual já se tinha a visão da mulher como profissional.
O modo conservador das meninas entra em choque com o jeito inovador da professora, gerando conflitos de ideais e levantando algumas questões, nas quais se questiona não somente a capacidade de ensino da professora mas também a sua moral perante a sociedade.
A professora tenta abrir as mentes de suas alunas para uma nova realidade que está por vir, assim como também aprende importantes lições com as mesmas alunas.
E hoje, nós, mulheres, podemos nos sentir realizadas profissionalmente e pessoalmente?
Sim!!! E foi mais do que comprovada a nossa completa capacidade para ocupar os mais diferenciados cargos e empregos oferecidos no mercado e ainda termos tempo para sermos boas esposas e mães, muito diferente do que é relatado no filme. Mais de 60 anos depois, a mulher conquistou seu espaço.
Existem mais mulheres do que homens nas universidades, o que na década de 50 era o oposto, os homens predominavam nas cadeiras universitárias. Hoje, temos mulheres trabalhando nos mais altos cargos executivos e até mesmo em serviços mecânicos e braçais, como por exemplo, serviço de pedreiros e operadoras de maquinários pesados, que eram antes exclusividade dos homens. E sua dedicação, atenção e cuidado fazem seu trabalho ter mais qualidade, características que são muito apreciadas pelas empresas, pois diminuindo a margem de erros, aumenta-se a margem de lucros.
Além de toda a carreira, ainda assim conciliamos tudo com a família. A mulher de hoje também é uma fonte provedora de seu lar, financeiramente falando. Assim como o homem está se tornando também uma fonte educadora em seu meio familiar. Usando de um recurso chamado “Planejamento familiar”, a mulher, juntamente com seu marido, tem a opção de construir os alicerces da família antes mesmo da chegada dos filhos.
Além da oportunidade de ter a realização profissional, a mulher de hoje ainda tem a realização pessoal de ser esposa e mãe. Consegue conciliar carreira e família com grande habilidade, o que ainda é extremamente difícil para a maioria dos homens. Os mais tradicionais podem dizer que houve uma inversão de valores, mas não se trata de valores e sim de necessidades.
A sociedade evoluiu com o passar dos anos. Assim como as necessidades mudaram, os nossos conceitos mudaram também. Para se manter um lar, tornou-se necessário o bom desempenho de marido e mulher tanto na educação dos filhos quanto no provimento financeiro. Foi-se o tempo em que o homem sozinho conseguia manter financeiramente o lar, essa é uma realidade cada vez mais rara nos dias atuais.
A visão da mulher na sociedade
A carreira profissional da mulher veio para quebrar paradigmas sociais, que restringiam a mulher a uma vida unicamente doméstica.
Foi um caminho difícil a ser trilhado até chegarmos onde estamos. Mulheres pioneiras, como a professora da história do filme, sofreram muitos tipos de preconceitos, ganhando rótulos, que em sua maioria foram muito ofensivos.
A visão da mulher que trabalha é uma visão mais valorizada do que a de 60 anos atrás. Nós conquistamos nosso espaço no mercado de trabalho, assim como também temos o devido reconhecimento de nossas competências, talentos e aptidões.
Também, servimos de exemplo de esforço e dedicação para nossos filhos, uma vez que somos os primeiros exemplos que eles conhecem na vida, o que acaba se refletindo de uma maneira positiva.
Além de tudo isso, existe outro fator: a autoestima. Nota-se cada vez mais que mulheres que têm uma carreira profissional sólida, ou até mesmo um emprego simples, têm sua autoestima melhorada, tornando-a mais feliz e refletindo em todos os aspectos de sua vida.
Que lições podemos tirar desse filme?
Primeiro: nem tudo é aquilo que aparenta ser
Não devemos nos deixar levar pelas aparências e primeiras impressões, porque elas podem (e vão) nos enganar.
No filme, temos vários exemplos disso, como a professora que aposta no talento de uma de suas alunas para os estudos, e ela decide se casar, ou de outra aluna que apostou tudo em um casamento, que além de não ser nada daquilo que ela esperava, não a completava. Também, tem o exemplo da própria professora que foi julgada por toda a sociedade de maneira bastante ofensiva somente por ter uma visão diferente.
Tais erros tão fáceis de se cometer vêm da falta de conhecimento, ou seja, ignorância, por isso é tão importante conhecer antes de julgar.
Segundo: o novo pode assustar
Ideias novas, novas tecnologias, enfim, o novo pode assustar. Tudo aquilo que vem para modificar de algum modo nossa realidade pode gerar algum desconforto, o que nos leva a nos fecharmos para elas e até sermos agressivos de certa forma.
Mais uma vez, a falta de conhecimento pode nos privar de aprender coisas novas e vivermos experiências fantásticas!
Terceiro: seguir nossos sonhos
Sonhos nos ajudam a ter metas, e as metas ajudam na realização dos sonhos, e ambos nos tornam realizadas.
Podemos ter várias aptidões, mas elas nem sempre são compatíveis com nossos sonhos. Mas se persistirmos, vamos adquirir novas aptidões necessárias para conseguir realizá-los.
Como no filme, muitos podem acreditar que somos capazes, mas só vamos conseguir chegar à realização se acreditarmos em nós mesmas!