A arte de fazer o bem e praticá-lo no dia a dia
Fazer o bem a si mesmo e aos outros em vez de remoer as destemperanças que os outros nos provocam é algo que deve partir de nossos corações. Não deixe a raiva te consumir. Enxergue os que nos cercam com compaixão.
Fernanda Ferrari Trida
Cresci ouvindo meus pais dizerem que não devemos fazer aos outros o que não gostaríamos que fizessem conosco. Talvez nessa sentença eles estivessem resumindo não só os atos como também os sentimentos e as palavras. Isso não significa que não tenha errado no trato com as outras pessoas, pois errei até demais. Tudo foi aprendizado. Mas o resultado de muitas amizades foi o ressentimento mútuo, que demorou a ser superado. Gastei muito tempo desgostando de uma pessoa ou uma situação quando poderia ter utilizado essas horas, que pareciam ser infinitas, para refletir sobre meus atos, meus erros e qual o sentido de tudo o que ocorreu.
Hoje agradeço por ter passado por tudo isso e em vez de me vitimizar por acontecimentos que eu mesma posso ter provocado, reflito antes de causá-los. Em resumo, tento exercer a paciência no pensar, no agir e até mesmo nos momentos de discussão. Afinal, não estou acima do bem e do mal e continuo a errar e a aprender.
Escolhi escrever sobre este tema num momento em que sinto que o ser humano está precisando buscar e encontrar a si mesmo novamente. Parece que nos perdemos um pouco em meio a tanto materialismo (não me entenda mal, não estou aqui para lutar contra o capitalismo), a tanta superficialidade no trato com nosso próximo e desinteresse pelas necessidades dos outros em detrimento das nossas. Contudo, sou daquelas pessoas que acreditam que podemos recuperar o que perdemos com atos bem simples. É uma questão de escolha pessoal, basta fazer a moeda girar para o lado do bem.
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Ao entrar no elevador de seu prédio residencial ou comercial, dê bom dia a quem lá estiver, pois a simpatia aproxima as pessoas.
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Ao sair com seu carro pelas ruas, dê passagem ao outro motorista, mesmo que ele esteja fazendo uma manobra errada ou com a qual você não concorde, pois odiá-lo e xingá-lo não vai mudar sua atitude.
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Dirija com calma, mesmo que esteja atrasado para um compromisso. É melhor chegar depois do horário previsto do que não chegar.
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Procure não discutir com seus colegas de trabalho, funcionários, fornecedores, chefes e clientes. Respire fundo, se acalme e tente explicar-lhes seu ponto de vista sem mudar o tom de voz. Assim você terá maior credibilidade e será mais respeitado.
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Ajude uma instituição de caridade da forma como achar mais conveniente. É conhecendo realidades diferentes da nossa, mais necessitadas de amparo, que veremos como somos abençoados.
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Ame sua família e a coloque sempre em primeiro lugar na sua vida.
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Mesmo que você não tenha dormido bem durante a noite, tente se levantar de bom humor agradecendo pelo dia que tem à frente. O mau humor só atrai coisas ruins.
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Se uma pessoa precisa de ajuda para atravessar a rua ou subir uma escada, se ofereça.
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Dê seu lugar no ônibus, trem ou metrô para aquele que precisa verdadeiramente do assento.
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Doe o que não lhe serve mais.
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Não maltrate animais. Não os abandone. Ensine seus filhos que a vida deles é tão sagrada quanto a de todos nós.
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Aprenda a ter paciência e compaixão por todos os seres vivos, pois esse é nosso maior desafio.
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Gostaria de terminar este artigo com um trecho do livro A Arte de Lidar com a Raiva – o Poder da Paciência, que diz assim:
“O eremita vivia sozinho nas montanhas. Certo dia, um pastor passou perto de sua caverna. Intrigado, perguntou-lhe:
– O que está fazendo sozinho no meio do nada? – ao que o eremita respondeu:
– Estou meditando.
– Meditando sobre o quê?
– Sobre a paciência.
Houve um momento de silêncio. Depois de algum tempo, o pastor resolveu ir embora. Ao se virar, olhou para trás e gritou:
– Antes que eu me esqueça, vai para o inferno!
– Como ousa falar assim? Vá você para o inferno!
O pastor riu e lembrou ao eremita que ele deveria pôr em prática a paciência.”