A ansiedade “fala” de várias maneiras: descubra como ela se expressa em você

"Ocultar ou reprimir a ansiedade produz, de fato, mais ansiedade". Scott Stossel

Erika Otero Romero

Vivi com ansiedade por longos anos, sem que isso me afetasse significativamente. É verdade que, às vezes, não conseguia dormir e era difícil concentrar-me, mas conseguia lidar com isso. Mas no início deste ano, tudo piorou.

Aconteceu de repente, um dia eu estava bem e no outro comecei a me sentir muito mal. Do nada me senti sufocada, nervosa, como se houvesse algo a ponto de me atacar. As taquicardias eram insuportáveis, tinha que deixar de fazer o que estava fazendo para me aconchegar, abraçar minhas pernas e começar a chorar.

Honestamente, pensei que ia morrer, nunca me senti tão incapacitada na vida. Estive nessas condições durante duas semanas, dia sim, dia não. Saí desse episódio da minha vida com ajuda de medicina alternativa e paciência, muita paciência.

Como saber se você sofre de ansiedade?

Acredite em mim, é muito tentador fazer um autodiagnóstico, mas ele só pode ser feito por um profissional de saúde mental.

Ainda assim, existem “pequenos detalhes” que podem sair do comum na vida cotidiana. Por exemplo: do nada você tem a sensação de que algo vai acontecer; você não sabe quando nem o que ou por quê, mas essa sensação está lá. Isso o deixa em alerta, nervoso; e então, de repente desaparece.

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Também acontece de você não conseguir dormir, acontece de tempos em tempos. Você se sente nervoso sem motivo aparente, e muitas preocupações surgem. Tudo isso acontece tão aleatoriamente que você não é capaz de uni-los e formar um grande todo.

Claro, a ansiedade é muito diferente em cada pessoa que sofre dela. O que descrevi antes era o que me acontecia. Foi só quando todos esses sintomas “eclodiram” ao mesmo tempo que eu soube que estava sofrendo de ansiedade. Eu tive que ir ao médico para um diagnóstico exato.

Sintomas típicos de ansiedade

Os mais comuns que podem se apresentar:

  • Sensação de nervosismo, agitação ou tensão.
  • Sensação de perigo iminente, pânico ou catástrofe.
  • Aumento do ritmo cardíaco.
  • Respiração acelerada.
  • Sudorese.
  • Tremores.
  • Sensação de fraqueza ou cansaço.
  • Problemas de concentração.
  • Insônia.
  • Problemas gastrointestinais.
  • Dificuldades para controlar as preocupações.
  • Necessidade de evitar as situações que geram ansiedade.

Outros sintomas que eu jamais vincularia à ansiedade

Responder com raiva

Podemos reagir com muita raiva à pressão externa. Não é algo em que se pense; é apenas uma explosão de palavras que saem sem controle e ferem a pessoa a quem você está respondendo.

Você não faz de propósito, só está se sentindo pressionado e é uma maneira de se defender.

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Aumentar a voz

É um sinal de impotência e defesa diante de um “ataque”. É algo involuntário e defensivo.

Incapacidade de dizer o que pensa

Há tanta coisa na sua cabeça para dizer, mas quando as expressa, só saem em desordem. No final, nada do que disse tem a ver com o que realmente queria dizer.

Fugir, ainda que às vezes seja só através do celular

Quando há ansiedade, há sempre essa necessidade de fugir, mesmo que não haja nenhum tipo de ataque. Às vezes você pode sair, correr, mas há casos em que não, “refugia-se” no celular.

O que você está procurando é uma maneira de se distrair de tudo o que está acontecendo ao seu redor. Você não pode fugir, então, você “se esconde”.

Evitar fazer contato visual

Olhar para os outros é uma forma de intimidade; quando se tem ansiedade, a última coisa que se deseja é sentir-se ligado a alguém. A razão é que é desconfortável; você sente que seu espaço e sua vida estão sendo invadidos, e isso o torna vulnerável.

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Geralmente, este é um sintoma associado à ansiedade social. Neste tipo de ansiedade, não se deseja ter contato físico; não gostamos de ser tocados ou abraçados de maneira surpreendente, é incômodo e o chateia.

Viver com ansiedade é possível

Como alguém que tem suportado essa condição há muito tempo, posso dizer-lhe que você pode conviver com ela. É só uma questão de ir um dia de cada vez.

A maneira como consegui foi através de tratamentos holísticos simples. No meu caso, o que eu faço é meditar regularmente. Não o faço só quando estou em crise, faço-o quase diariamente.

Você pode meditar com ou sem música; o ponto é relaxar o corpo e conseguir se desconectar de todas as suas preocupações diárias. Você também pode usar aromas relaxantes, quer use incenso ou difusor de aromas terapêuticos.

Também pode sair para caminhar todos os dias. Não precisa andar quilômetros, basta ir a um parque e deixar seus pensamentos irem. Importante: assegure-se de respirar profundo, e ao expirar deixe que todos seus medos se vão. Vai ser um pouco difícil no começo, mas depois será muito mais fácil.

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Procure ajuda médica quando:

  • Sentir que se preocupa demais e que isso interfere em todos os aspectos de sua vida.
  • Estiver sendo difícil controlar o medo, a preocupação ou a ansiedade, e isso lhe causa muita dor de cabeça.
  • Estiver deprimido.
  • Tiver problemas com o consumo de substâncias psicoativas ou álcool.
  • Achar que sua ansiedade pode estar ligada a um problema de saúde física.
  • Tiverem pensamentos ou comportamentos suicidas.

Só posso dizer que aceitar que se tem um problema de saúde mental é vital para aprender a conviver com ele. Procure ajuda sempre que se sentir incapacitado, e sua vida poderá seguir em frente.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original La ansiedad ‘habla’ de formas diversas: descubre cómo se expresa en ti

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.