6 sinais de que você pode estar abusando de seu cônjuge

Você pode estar destruindo seu casamento sem perceber. Atente para estes sinais e veja como dar os primeiros passos para encontrar a cura emocional.

Marcia Denardi

Muito tem se falado sobre violência física e sexual nas relações conjugais, sendo geralmente atribuída a esses dois tipos de violência a responsabilidade por grande parte dos divórcios. Mas além desses dois tipos específicos de abusos, existem muitos outros que não recebem tanto destaque, mas que igualmente podem prejudicar a relação e causar danos emocionais no cônjuge, e precisam ser revistos e, quanto mais cedo possível, tratados.

Os valentões emocionais

Neste artigo, vamos apelidar de valentões emocionais aqueles que de algum modo abusam emocionalmente do cônjuge. Neste artigo, o autor Ken Wert apresenta razões que levam algumas pessoas a se tornarem valentões emocionais, como problemas de infância, lar desfeito, dependência química ou de álcool na família, ou traumas sexuais, por exemplo, que são apenas alguns casos listados.

A insegurança de pessoas que vivenciaram situações graves na infância faz com que, de algum modo, elas tentem encontrar na agressão um meio de se proteger e de controlar, mesmo que à força, as situações e as pessoas que as rodeiam. Apesar de ser um pouco complicado de entender, muitas vezes a verdade é que o valentão emocional acaba criando situações que quase sempre prejudicam suas relações, além de alimentar sua insegurança e seus traumas. E as agressões podem vir tanto pela força física, quanto pela dureza das palavras. Quem sabe você não tenha ao seu lado um valentão emocional, mas já pensou se quem sabe você seja um? Afinal, nem sempre os agressores emocionais se dão conta de suas agressões ou sabem que elas machucam tanto emocionalmente os outros. Atente para estes sinais, e lembre-se que ter consciência dos seus problemas é o primeiro e, quem sabe, mais importante passo para a cura e o amadurecimento emocional, mesmo que no início essa consciência faça o coração doer:

1. Interromper

Você já reparou se em alguns momentos quer forçar as pessoas a aceitarem seus pontos de vista e não faz questão nenhuma de escutar o que elas têm a dizer, e por isso interrompe qualquer início de argumento do outro? Se esse for o caso, quem sabe você esteja, sem perceber, agindo como um valentão emocional, fazendo um esforço considerável para se sobressair na discussão e provar na marra que tem razão, fazendo o outro simplesmente se sentir contra a parede e desistir. Poucos aguentam passar a vida inteira nessa situação.

2. Espernear e gritar

Outra maneira de mostrar sua “valentia” é tentar vencer a batalha na manha e no grito. Quem sabe você não encontre outro modo de mostrar seu ponto de vista, então espernear vai ajudá-lo a vencer. Afinal, mais cedo ou mais tarde a outra pessoa vai desistir de tentar argumentar contra suas manhas e seus berros. Você pode até vencer colocando medo e vergonha, mas no fim, vai estar apenas construindo seu relacionamento em um terreno bem frágil, que pode facilmente ruir.

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3. Acusar e jogar a culpa dos problemas no outro

Um grande sintoma que apresenta o valentão emocional é ter grande dificuldade em assumir a responsabilidade por seus atos. Por isso, faz questão de deixar claro que o responsável por sua infelicidade e insatisfação é o companheiro.

4. Chorar por tudo

Chorar é uma boa saída para aliviar determinadas tensões, mas quando se torna uma ferramenta de batalha, de manipulação para que o valentão se saia como vítima, o choro passa a ser desleal. Claro que na maioria das vezes essa situação não ocorre de forma intencional, mas pode ser um indicativo de que a pessoa esteja tentando usar a lágrima para parecer uma vítima de injustiças.

5. Usar os filhos como arma

Essa é quem sabe uma das atitudes mais desleais e baixas que alguém pode tomar, já que coloca vítimas de verdade no meio de uma batalha que elas não pediram para enfrentar. Fazer com que os filhos fiquem contra o outro cônjuge não é só extremamente prejudicial para a relação conjugal, mas também para o desenvolvimento emocional das crianças, e essa atitude pode ser, inclusive, levada à justiça.

6. Palavrões e xingamentos

Colocar rótulos baixos e usar palavrões nas discussões agride de forma desmedida o outro cônjuge, mas acaba atingindo você de igual maneira, afinal, palavras de baixo calão só mostram o quanto aqueles que as usam são incapazes de mostrar respeito e moderação, e a dureza das palavras acaba retornando ao usuário como um espelho. Deixa o outro acuado e realmente abalado, como quem sabe seja o objetivo de quem xinga, mas certamente faz com que o amor do outro morra aos poucos, e o amor-próprio do agressor se abala de igual maneira, mesmo que ele não perceba.

Existem muitos outros sinais que podem indicar um valentão emocional, e para minimizar esses sinais citados acima e outros que possam também existir, quem sabe seguir as dicas abaixo pode ajudá-lo muito, não somente a preservar e melhorar seu relacionamento, como também a fazer você se sentir mais leve e até restabelecido emocionalmente:

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  1. Procure entender que o fato de uma pessoa discordar de você não está necessariamente representando um ataque ou uma ameaça. São apenas pontos de vista diferentes, e não um superior e um inferior. Ter consciência disso pode evitar que você levante uma arma e parta para batalha, e pode ajudar você a argumentar com calma, sem agredir ou acuar seu cônjuge. A divergência de ideias é saudável e pode até enriquecer a relação, dependendo, claro, de como ela é encarada.

  2. Preocupe-se mais com a relação, com o amor que você sente e com o seu próprio cônjuge do que com o fato de ter que vencer. Afinal, você não escolheu o seu companheiro(a) para passar a vida em pé de guerra, mas sim para construir uma vida feliz ao lado dele(a). Se você encarar seu cônjuge como um aliado e não como um opositor, certamente sua relação vai progredir e o amor de ambos crescer.

  3. Procure ajuda e vá com calma. A maioria dos agressores emocionais não é assim intencionalmente. Eles apresentam sinais de inseguranças e fraquezas que estão profundamente enterrados e já vêm de longa data. Não vai ser de uma hora para a outra que simplesmente serão esquecidas e, como um milagre, curadas. Por isso, procure um profissional que possa ajudá-lo e tenha paciência no processo de cura.

  4. Mas muito importante, não jogue a culpa desses problemas no seu companheiro. Ele é expectador e como você está tentando lidar com essas fraquezas, então nada mais justo do que poupá-lo de sofrimentos e sentimentos de culpas totalmente desnecessários e injustos. Tente se colocar no lugar dele quando estiver a ponto de agredi-lo emocionalmente. Isso pode fazer com que você tenha a mesma compaixão que você espera para si.

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Marcia Denardi

Márcia Denardi é jornalista, musicista e uma mãe e esposa loucamente apaixonada pelos filhos e pelo marido. Tem como objetivo profissional usar a informação para fortalecer as famílias. Curta a fan page www.facebook.com/blogmarciadenardi.