6 formas de maltrato através do WhatsApp difíceis de se reconhecer

Com quem você estava teclando ou falando? Por que não responde minhas mensagens? Estas são algumas perguntas que indicam que você sofre maltrato através do WhatsApp.

Adriana Acosta Bujan

As redes sociais são ferramentas de comunicação que transformaram nosso estilo de vida de maneira eficaz. Graças a elas podemos comunicar-nos com nossos seres amados que vivem longe, também podemos estar informados das coisas que se passam no mundo e até trabalhar, oferecendo nossos produtos e serviços, ganhando dinheiro.

No entanto, algumas pessoas não utilizam as redes sociais para o bem, mas para maltratar, acossar, cometer fraudes, controlar e até intimidar a quem se permita.

Falando de um caso específico, o WhatsApp é um aplicativo no qual é muito comum se maltratar as pessoas e até o próprio parceiro abusando deles emocionalmente.

O maltrato é quase imperceptível, já que muitos casais estão tão apegados emocionalmente a seus seres amados que é muito difícil identificar quando são maltratadas.

Por exemplo, após uma briga, é comum que o casal não responda as mensagens ou chegue até a bloquear o parceiro durante algumas horas ou dias até que a poeira abaixe.

Este tipo de abuso emocional é conhecido como cyber assédio. É uma forma de violência exercida através do uso da internet, com práticas que afetam a vida privada e social das pessoas que são insultadas, ameaçadas ou excluídas.

Estudos como os realizados na Universidade Autônoma de Madri, informam que mais de 50% da população entre os 18 e 30 anos já foi vítima de algum tipo de assédio cibernético.

Inclusive no México, mais de quatro milhões de adolescentes já experimentaram algum tipo de maltrato pela internet. Portanto, estamos falando de um problema mundial, do qual é importante estar consciente e refletir a respeito para evitar consequências graves.

O maltrato oculto

Agora, que tipo de abuso do parceiro devemos conhecer e identificar a tempo para evitar sofrer as consequências?

1. Exigir as senhas

Os casais que têm confiança e mantêm uma boa comunicação entre eles, de maneira nenhuma exigem conhecer as senhas dos dispositivos móveis de seus parceiros.

Elas podem ser dadas a conhecer sem necessidade de pedi-las, mas também o parceiro tem o direito de negar-se a dar porque simplesmente é sua privacidade.

No entanto, existem casais muito intensos que, ao desconhecer as senhas de seus companheiros, são capazes de gerar conflitos desnecessários devido à insegurança que sentem.

Seus medos ou más experiências do passado dificultam confiar no parceiro, isso pode fraturar a relação já que a confiança é a base que fortalece a comunicação em toda relação.

2. Bloqueios

Existem pessoas que em vez de enfrentar com maturidade o conflito de frente e assim consertar os mal-entendidos com seu parceiro, preferem bloqueá-lo por algumas horas ou até dias.

Essa é uma forma de maltrato que pode causar instabilidade emocional à vítima, gerando nela problemas de depressão de grave, porque, ao fazê-lo, pode-se interpretar como já não ser mais do interesse do outro.

Nesses casos será melhor conversar com o parceiro para que compreenda que você prefere resolver os problemas cara a cara, sem necessidade de bloqueios.

3. Estar on-line e não falar

Existem muitos casais que mantêm uma relação à distância ou talvez vivam juntos, mas querem falar constantemente entre si. Então, quando o parceiro está conectado e precisamente não existe uma saudação para iniciar uma conversa, pode-se interpretar como uma forma de maltrato.

Já que ao fazê-lo, a vítima pode pensar que seu parceiro não tem tempo para ela, o que pode gerar desconfiança, raiva, ciúmes e criar frustração, inclusive fazendo inconscientemente com que o parceiro queira, em qualquer oportunidade, verificar as mensagens, áudios ou qualquer evidência para despejar suas dúvidas, invadindo a intimidade e privacidade do outro.

4. Visualizar e não responder

É como dizer que o que outro escreve ou diz não é urgente nem importante. Isso gera dúvidas e insegurança, criando instabilidade na relação e, claro, desconfiança.

Algumas pessoas o fazem frequentemente para parecerem interessantes e assim manter interessada a pessoa amada, no entanto, essa ação é interpretada muitas vezes como uma possível infidelidade ou que simplesmente existem outras coisas mais importante a se fazer.

5. Exigir fotos íntimas

Quando é algo consentido entre o casal, não é considerado maltrato. No entanto, quando não existe um consentimento prévio e um dos dois exige receber fotos íntimas, manipulando o ser amado, então, sim, será considerado um maltrato e um delito.

Para muitos jovens é fácil cair neste jogo de manipulação, já que o parceiro abusivo pode dizer que se o outro não lhe manda as fotos que pede, então não o ama como diz. Isso claramente gera angústia, medo e frustração ao pensar que a relação pode acabar se não se fizer o que o parceiro solicita.

6. Localização

Algumas pessoas exigem que seus parceiros mandem a localização em tempo real para saber com luxo de detalhes onde o outro está, o que fazem e quanto tempo demoram em qualquer lugar entre outras coisas.

É por isso que é considerada uma forma de maltrato emocional, porque se invade a privacidade do parceiro.

O problema é que se o parceiro chega a desviar-se ou demorar muito em algum lugar, pode gerar conflitos e discussões graves.

É importante estar atento a essas ações e evitá-las por completo. Estabeleça seus limites e mantenha um canal de comunicação com seu parceiro para que os dois tenham acordos de convivência.

Lembre-se de que uma pequena ação, ainda que não seja mal-intencionada, pode ser interpretada de outra maneira, afinal, todos percebemos as coisas de maneiras diferentes.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original 6 formas de maltrato a través del WhatsApp difíciles de reconocer

Adriana Acosta Bujan

Adriana Acosta estudou comunicação, é mãe de um adolescente, e atualmente se dedica em ensinar e pesquisar em nível universitário em Puerto Vallarta. Publica seus textos esperando que ajude as pessoas com suas vivências úteis.