6 erros de criação que pais modernos cometem e os pais de antigamente não faziam

Os pais de antigamente eram rudes ou somos nós quem não estamos impondo limites nos filhos? Observe os 6 erros de criação que pais modernos estão cometendo e que os de antigamente não faziam.

Roberta Preto

Conversando com uma amiga, Ivone de Assis, dona de uma boa educação, criadora de projetos que levam a literatura para muitas crianças e autora do livro “O medo do escuro”, pedi a ela que me dissesse quais eram os erros de criação que pais modernos cometem.

“É comum ver adultos deslumbrarem-se ante os ‘delitos’ dos filhos pequenos, recostando-se na desculpa de que ‘as crianças de hoje são muito expertas, já nascem sabendo das coisas, não são aqueles meninos tolinhos de antigamente'”.

Será que estamos sendo bons pais? Estamos ensinando o melhor a nossos filhos? Esses são questionamentos que muitos pais responsáveis – no mundo inteiro – fazem a respeito do modo como criam os filhos.

De acordo com Ivone de Assis não importa a posição social, nem a geração, nem outro pretexto qualquer, todo comportamento do filho está atrelado à conduta dos pais, com raras exceções. E que todo “pai moderno” é “antiquado” para os filhos. Pais modernos, filhos peraltas. Pais sem noção, filhos sem educação.

Baseado nessas preocupações, Ivone apontou os 6 erros que os pais modernos cometem e que os de antigamente, provavelmente, não faziam. São eles:

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1. Não sabem dar limites

As crianças de antigamente tinham hora para falar, expressar suas ideias e vontades em particular com os pais. Hoje, são o centro das atenções, sem medidas, sem educação.

“Por toda a vida, todos (crianças e adultos) expuseram suas pretensões e opiniões, ouvindo e sendo ouvidos, o conflito reside no excesso, na falta de sabedoria em delegar. Pais não sabem dizer “não”, e filhos não sabem ouvir “não”.

Ela aconselha que os pais lutem para que seus filhos sejam desejados pelo mundo e não repudiados por ele, e a melhor ferramenta está no ouvir e ser ouvido; é saber fazer com que os filhos conheçam a importância da negação e o prazer do aplauso.

2. Medir os elogios

É possível citar centenas de crianças gênios como: (Rei Joás, 7 anos [836 a.C.]; Akrit Jaswal, aos 7 anos, operou uma paciente com queimaduras [2000]; Cleopatra Stratan, aos 5 anos foi indicada ao Guinnes Book [2007]; William Sidis, aos 9 anos ingressou-se em Haward [1909]). A nenhum desses a desmedida foi aceita, sob as cortinas da “inteligência única” ou pela supervalorização pelos pais.

A medida humana é o princípio da educação. Não há nada mais cruel para uma pessoa do que saber que ela só foi estrela para seus pais, portanto, em vez de se perder em elogios à sua prole, cuide para que ele conquiste os aplausos da multidão.

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3. Culpa e ausência

Quantos pais foram obrigados a viver longe de seus filhos para trabalhar, e depois seus filhos renderam-lhes honrarias por seu esforço, ausência em casa e presença no coração? Não é preciso ir longe, pegue o século XX como exemplo, os milhares de expatriados que ainda sonham em homenagear seus pais pelo sacrifício em prol da família. Hoje, é comum os pais se culparem por passar pouco tempo com os filhos, e começar a dizer “sim” a tudo.

O sistema tem engessado a educação e muitos pais não têm sabedoria para diferenciar o político do familiar. Pais não sabem respeitar e não são respeitados. Igualdade não exclui o respeito. Não pense que seu filho se lembrará de você pelo tanto que trabalhou e pelo consumismo que você concedeu a ele. Seu filho quer que você componha a história dele, aquela que ele vai repassar aos filhos dele.

4. Excesso

Antigamente os pais e as crianças trabalhavam, e ainda assim encontravam tempo para estarem juntos, fossem nas brincadeiras, fossem na roda de conversa… Isso nunca impediu a existência de mentes brilhantes.

Hoje, os pais determinam mais atividades que o necessário aos filhos (aula de tudo), como se precisassem decifrar o mundo, a fim de que seus filhos sejam destaques na mídia, mas esquecem de marcar aula de convivência e diálogo, fazendo com que seus filhos cresçam frustrados, insanos e infelizes.

Aprenda a decifrar a vida e o amor junto aos filhos, e por toda a vida eles hão de brilhar por isso.

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5. Amizade e exemplo

Antigamente, os pais, em sua sabedoria familiar, convidavam os amigos dos filhos para passar o final de semana ou as férias em sua casa, para brincarem com seus filhos, para fazerem retiros, para namorarem… E tantos outros. Era um modo de conhecer os amigos, a família dos amigos, o comportamento daqueles que lidavam com seus filhos.

Hoje, é comum ver pais inventar programas de finais de semana e de férias para que lhes sobre tempo para descansar; é comum os pais não conhecerem os amigos dos filhos, com quem namoram ou com quem convivem.

Ninguém viverá mais que o seu tempo nesta Terra, portanto, é bom que se trabalhe o suficiente para a provisão da casa e usufrua ao máximo da presença da família, porque este é o bem maior.

Não fique comparando seus filhos, seja exemplo para eles.

6. Delegar responsabilidades

A máxima “Não dê o peixe, mas, sim, ensine a pescar” continua valendo para a boa educação. O suor concede uma emoção mais aprazível, por isso delegue responsabilidades aos seus filhos. Antes os pais diziam: “Quando eu chegar, quero essa tarefa pronta”. Era lei, imposta tão somente pelo respeito.

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Hoje, muitos deixam o filho viver as desmedidas do horário. O dia é consumido pela TV, celular, internet e outros; depois, num ataque de fúria, “berram” com os filhos, acusam-nos de incompetência, reclamam “ao mundo” que seus filhos só vivem “emanados com a turma”, como se não fossem partícipes nesta história.

Ser pai e mãe é ser presente; é amar; é respeitar; é ensinar o valor do trabalho e a importância da conquista; é delegar responsabilidades aos filhos.

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Roberta Preto

Roberta Preto, 33. Formada como tradutora e intérprete, escritora, mãe. Apaixonada pela vida, em uma eterna busca por conhecimento. Espero que minhas palavras possam ser uma luz na vida das pessoas. Sonho em ajudar a humanidade a tornar-se livre da escravidão da ignorância.