Como ser mais empático

Considerações sobre a empatia e como desenvolvê-la ampliando as possibilidades de relacionamentos saudáveis.

Suely Buriasco

A palavra empatia origina-se do termo grego empátheia, que significa entrar no sentimento. Carl Rogers define a compreensão empática como a “capacidade de se emergir no mundo subjetivo do outro e de participar na sua experiência, na extensão em que a comunicação verbal ou não verbal o permite. É a capacidade de se colocar verdadeiramente no lugar do outro, de ver o mundo como ele o vê” (ROGERS; KINGET,1977 apud GOBBI et al, 1998).

Compreende-se, pois, que a empatia seja a capacidade de se colocar no lugar do outro, podendo assim compreender seu próprio contexto de vida e suas dificuldades. Assim, desenvolvemos empatia quando aceitamos o outro como ele é; sem julgamentos e com apreço.

Façamos algumas considerações:

– É preciso começar consigo mesmo

O primeiro passo no caminho de desenvolver essa aptidão é olharmos para nós mesmos, buscando o autoconhecimento. É fundamental que identifiquemos nossos sentimentos, emoções e como os manifestamos. Temos que entrar em contato com nossas emoções, a fim de aprender a conduzi-las e enfrentá-las com coragem, sem temê-las, nem reprimi-las. Aprender a lidar com a raiva, a insegurança, o ciúme, a frustração, a ansiedade, a euforia, o medo, entre outras coisas é fundamental para que nos livremos de suas armadilhas.

Agindo assim nos libertamos dos nossos padrões rígidos e repetitivos, deixando de ser escravos dos nossos impulsos emocionais. E então com liberdade e compreensão, conduzimos a vida de uma maneira mais consciente.

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  • Dirija seu interesse para o outro.

Mais lúcidos diante da vida tornamo-nos aptos a compreender o outro; esse é o momento de nos interessarmos pela sua existência e seu destino. Importante que seja um interesse genuíno que nada se confunda com curiosidade, vantagem pessoal ou poder.

Para desenvolver empatia por alguém é preciso desprender-se de qualquer tipo de pensamento em relação a ele, qualquer julgamento e preconceito e tentar senti-lo de um modo mais direto e intuitivo. Antes de formar conceitos é fundamental a disposição de buscar as qualidades interiores em detrimento às aparências.

  • Não se trata de uma fusão.

É extremamente importante que se esclareça que cada pessoa continua sendo quem é e pensando ao seu jeito, embora a aprendizagem que se estabelece pela troca de conhecimento possa ser transformadora.

Ainda segundo Carl Rogers “Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo refletido nos olhos dele”. A ideia não é enxergar o mundo pelos olhos do outro e sim retirar as vendas que nos impedem de ver nossos semelhantes de forma mais espontânea sem, contudo, nos confundirmos com ele. Empatia não quer dizer tornar-se similar ao outro e sim compreender o outro em sua particularidade. Isso nos aproxima das pessoas e nos ajuda a reconhecer os pontos que nos unem e os controversos, tornando-nos receptivos às diferenças.

A empatia liga as pessoas pelo pensamento; quando desenvolvemos empatia por alguém a mente dessa pessoa capta a mensagem que a respeitamos e compreendemos e a tendência é que ela queira fazer o mesmo conosco. Estabelece-se assim uma via de mão dupla, onde a compreensão é mútua e as possibilidades de um relacionamento bem-sucedido ampliam-se.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.