5 razões de que o príncipe encantado não existe

Porque a vida não é um conto de fadas, mas pode ter um final feliz.

Karin Cristina Guedes de Oliveira

Muitas pessoas, em especial as mulheres, sonham com o companheiro perfeito. Em determinada idade, as meninas passaram a compartilhar o padrão que já construiu de seu príncipe encantando. Na maioria dos casos, é direcionado pelo o que assiste, vê e lê nos livros.

Logo as frustrações aparecem, comuns na adolescência quando descobrem pela primeira vez que aquele não era o seu príncipe encantando. Ali, ela deveria ter aprendido que príncipes não existem, mas não. Ela acha que aquele não era o seu príncipe. Continua insistindo, se decepcionando, insistindo e se decepcionando. Melhor será se convencer de que eles existem, só nas histórias, ou pelo menos aqui na vida real eles possuem um outro estereótipo.

Saiba porque o príncipe encantado não existe.

1. Princesa não existe

Se existisse príncipe encantado ele iria querer uma princesa. Se existisse o homem perfeito, ele iria querer uma mulher perfeita. Logo, concluímos que, como não há princesas, tampouco mulheres perfeitas, não há príncipes. Construímos a ideologia do homem lindo, alto, magro, vestido como a realeza e cavalgando com seu cavalo branco desfilando um belo sorriso com dentes perfeitos. Esse príncipe não tem defeitos, só qualidades. Impossível!

2. A vida não é um conto de fadas

A imagem que desenhamos em nossas cabeças com o apoio de filmes, desenhos e histórias não se encaixa na vida real, afinal não vivemos num conto de fadas. Como aquele príncipe do livro se encaixaria em nossa cozinha após um almoço de domingo? Ou na madrugada quando o bebê não para de chorar e precisa trocar a fralda. Príncipes não lavam a louça nem trocam fraldas, ao menos os que encontramos nos contos de fadas.

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3. Todo mundo tem um quê de sapo

Até você. Vai me dizer que acorda linda como a Cinderela? Está impecável como a Branca de Neve após dar aquela geral na casa? Não, não estamos. Todo ser humano tem lá seus defeitos, odores, manias, hábitos e costumes que estão mais para sapo do que para príncipe.

4. A beleza real não é real

Beleza real, a de realeza. Essa não é real. O que tornam os príncipes dos contos de fadas bonitos é uma junção de coisas: os cabelos ao vento, os dentes brancos e alinhados, a pele perfeita, a voz macia e ao mesmo tempo autoritária, o poder, a riqueza, a origem, a decoração dos castelos, os castelos, enfim! Do lado de cá do muro é utópico pensar que exista alguém bonito como um galã de TV, rico como um Sheik árabe, elegante como o Obama e inteligente como Einstein. Do lado de fora do castelo, ou melhor, do lado de fora da história, as belezas são outras, mais reais e mais naturais. Porque a grama do castelo pode ser até mais verde, mas talvez seja artificial.

5. O “felizes para sempre” não existe

Embora o final feliz seja possível, ninguém é feliz para sempre. “Feliz para sempre” transmite a ideia de “feliz o tempo todo”. O príncipe que conhecemos nos livros infantis não sobreviveria em um mundo onde ninguém é feliz o tempo todo. Nesse contexto aqui é um sobe-levanta diário e incansável. Um dia o sol brilha, logo a chuva cai; agora o dia está brilhoso e logo está cinza. Em nossas vidas é da mesma forma. Há tempos em que vai tudo bem, sem avisar tudo começa a dar errado. Talvez, seja necessário desconstruir a ideologia anterior e construir uma nova, onde o príncipe seja capaz de realmente viver o compromisso de “na saúde, na doença, na riqueza, na pobreza e até que a morte os separe”.

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Karin Cristina Guedes de Oliveira

Karin Cristina é pedagoga, mãe e esposa. Apaixonada pelo ser humano, acredita que o conhecimento é capaz de mudar a humanidade e a leitura é o caminho.