5 coisas que nunca devem acontecer em um casamento

Cuidado, estas cinco situações podem levar sua relação ao divórcio mais rápido do que você pensa.

Stael Ferreira Pedrosa

De acordo com o doutor em psicologia Michael Tobin, o amor é um sentimento delicado que se ressente quando exposto a ambientes contaminados com raiva, sarcasmo e reclamações, e cresce quando a atmosfera é de respeito, aceitação e honestidade.

Isso pode ser comprovado quando se ouve as queixas frequentes de casais que procuram terapia na tentativa de evitar um divórcio.

As queixas mais comuns vão desde questões relacionadas a dinheiro e finanças, passando por problemas no relacionamento íntimo e interferências de sogros, sogras e cunhados, até dificuldades na comunicação.

O Dr. Tobin, para ilustrar o sentimento que deve haver no casamento, contou a seguinte história: um incrédulo confrontou um sacerdote judeu e exigiu que ele lhe ensinasse toda a Torá enquanto se equilibrava em um pé. O sacerdote concordou e disse o seguinte: “não faça aos outros aquilo que odeia que façam a você. Todo o resto é comentário. Agora vá e aprenda.”

A pergunta que fica é: por que ele não ensinou isso no afirmativo – “amar ao próximo como a si mesmo“? E o Dr. Tobin oferece sua compreensão como sendo a questão envolvida nos sentimentos ruins, que todos nós experimentamos. Sabemos o que dói, o que nos machuca, sabemos como é receber um olhar desdenhoso ou uma crítica.

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Quais são as dores que um casal jamais deve infligir um ao outro?

Geralmente a dor não se inicia com agressões físicas ou abusos psicológicos. Começa com questões menores que levam a maiores. Existem exceções, afinal, há pessoas que são abusadoras por natureza, e não importa o que o parceiro faça, a situação terá um desfecho ruim. Nesses casos, a única saída é o afastamento definitivo.

No entanto, existem “pequenos” gestos que minam o relacionamento aos poucos e podem levar ao divórcio. Antes que seja assim no seu casamento, atente-se a estas 5 coisas que nunca devem acontecer no dia a dia do seu relacionamento.

1. Reclamar do outro

Especialmente para terceiros. Isso é desleal, é jogar sujo. Se há algum problema no comportamento ou caráter do seu cônjuge, converse diretamente com ele, faça-o com tato, ressaltando primeiro o que ele tem de bom, o que ele faz de bom para você, e então aborde aquilo que lhe desagrada com cuidado. Deixe claro que é como você se sente e não como o outro é.

2. Protestar através do comportamento

Distanciar-se, dar tratamento de silêncio, jogar coisas, pegar com rispidez é algo totalmente infantil. Faz lembrar crianças de 5 anos fazendo pirraça. Isso não tem cabimento em um relacionamento de adultos. Portanto, novamente, se há algum problema, busquem resolver da melhor maneira possível – conversando – como adultos que são.

3. Ameaçar

Existem parceiros que percebem o grande amor que o outro tem por ele e começam a usar isso contra o outro. Frases como: “se você fizer isso, eu me separo de você”, ou “se você for (a algum lugar ou evento), eu vou embora”. Isso é demonstração de caráter fraco ou de tentativa de dominar o outro.

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4. Chamar os pais

Como já dito antes, vocês não são crianças e briga de casal não é briga infantil na rua ou na escola em que se ouve a frase “vou chamar minha mãe” ou “vou chamar meu irmão mais velho”. Essa é uma das piores atitudes. Chamar os pais para resolver conflitos do casal é afirmar que não estão prontos para viver um casamento, uma vida a dois e serem autossuficientes.

O mais certo é que a mãe dele tomará o partido dele, e a dela fará o mesmo. E, assim, o resultado é “mais lenha na fogueira”. Evite isso a todo custo. Se seu cônjuge tem o hábito de levar problemas do casal para terceiros, isso deve cessar pelo bem da relação. Se isso continuar acontecendo, o casamento não irá longe.

5. Esconder o que sente

Assim como é ruim reclamar do outro ou confrontá-lo com acusações, esconder o que sente também é contraprodutivo. O que acontece é que aquilo que não se fala o inconsciente encontra um jeito de expressar. Se você guarda mágoa do seu parceiro porque ele chegou tarde em casa porque estava bebendo com os amigos, nunca tem comida pronta quando chega do trabalho ou está infeliz por vê-lo olhando para outras mulheres na rua, você deve expressar esses sentimentos.

Se você não o faz, a mágoa cresce e vira um monstro, sabotando seus sentimentos e atos em relação ao cônjuge. Você não lhe faz mais favores, perde o desejo sexual ou nega intimidades, queima o jantar etc. Tudo isso, fruto da raiva não expressada.

O que fazer quanto à raiva

É comum que alguns casais expressem a raiva como se fosse uma represa estourando. Isso porque deixaram acumular mágoas. Não deixe isso acontecer. Claro que não precisa reclamar de cada mínima coisa ou deslize, mas falar franca e abertamente do que o incomoda no comportamento do outro é fundamental.

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De acordo com o doutor Dan Wile, em seu artigo intitulado Transformando culpas em confidências na terapia de casais”, existe um enorme potencial de caos se você se expressa da seguinte maneira: “você é egoísta, imaturo e irresponsável por ir a um bar com seus amigos do escritório depois do trabalho, e chegar em casa tarde. Certamente está flertando com alguma colega”. Isso só criaria mais raiva, negação e ressentimento.

Se utilizar outras palavras como: “espero que entenda que estou chateada por você ir para um bar e chegar tarde em casa. Isso abre espaço para eu pensar muitas coisas, inclusive que esteja flertando com alguma colega do trabalho”. A mensagem será passada com a mesma intensidade, porém sem causar uma catástrofe. Opte por falar com mais calma e o resultado será mais positivo.

Certamente que existem muitas outras “coisas” que não devem acontecer em um casamento, mas estas costumam ser as mais tratadas em terapias de casais. Coloque em prática agora, para que vocês não precisem de uma.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.