3 dicas para abordar um problema com seu cônjuge sem brigas

Dependendo da maneira com que falamos das “artes” dos filhos ou de outros assuntos mais sérios para nosso cônjuge, a sua reação poderá variar da indiferença à cólera.

Luiz Higino Polito

No folclore político brasileiro, Getúlio Vargas, quando era presidente, recebeu em seu gabinete dois comerciantes importantes que eram inimigos um do outro. A mulher de Getúlio, que estava perto, ficou observando o marido. Primeiro entrou um dos comerciantes e falou cobras e lagartos do outro. Após ouvir atentamente, Getúlio exclamou: “Não é que você tem toda a razão?” O homem saiu todo satisfeito com a aprovação do Presidente Getúlio… Aí entra na sala o segundo comerciante, que falou tudo ao contrário do que o primeiro tinha falado. Após ouvir atentamente, Getúlio exclamou: “Não é que você tem toda a razão?” Esse outro homem também saiu todo satisfeito com a aprovação de Getúlio Vargas. A mulher do Getúlio, indignada, diz para o marido: “Meu bem, que negócio é esse? Você concordou com tudo o que o primeiro falou, e o segundo falou tudo ao contrário do primeiro e você concordou com ele também?” Após ouvir atentamente a esposa, Getúlio exclamou: “Darci, não é que você tem toda a razão?”

Diplomacia

Essa história do folclore político ilustra bem o que é ser um diplomata. E num casamento, diplomacia é fundamental para que o casal não viva em constantes brigas ou discórdias.

Então é preciso ser um mentiroso para se dar bem num casamento? Nada disso! Muito ao contrário: a mentira constante num casamento é um dos grandes motivos de separação, pois a mentira mina a confiança e destrói a possibilidade de haver uma sadia cumplicidade entre o casal.

Diplomacia é saber evitar uma briga desnecessária, que não vai fazer bem para nenhum dos dois lados: seja briga entre países ou pessoas. Dizem que quando acaba uma guerra ninguém mais lembra o motivo porque ela começou. Nas brigas de casal não deveria interessar QUEM ganha uma discussão, porque na verdade AMBOS perdem.

Leia: Como recuperar uma relação desgastada pelas brigas

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Algumas dicas podem ser muito úteis se queremos ter paz e felicidade em um casamento.

1. Lembrar que ambos são diferentes

A mulher é muito diferente do homem e o homem diferente da mulher. Se o casal se lembrar disso sempre, vai evitar uma grande quantidade de problemas.

A mulher é mais prática, mais romântica e mais detalhista. O homem, na maioria dos casos, é o oposto.

O homem é mais direto em questões íntimas e muito apressado. Pensa que a mulher adivinha seus pensamentos, por isso acha desnecessário explicar tudo em detalhes. E a mulher tem receio de explicar ao homem as coisas de que gosta, e assim se perde grandes chances de entendimento.

2. Diálogo, diálogo, diálogo

Uma boa conversa pode fazer milagres. Se o casal conseguir ouvir um ao outro em todas as questões, conversando como gente adulta e sem alterar a voz, embora discordem em vários pontos, já é meio caminho andado. É normal existirem diferenças de opinião, mas é possível um diálogo amigável até que se chegue a um acordo quanto às finanças, ao sexo e à educação dos filhos.

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Um alerta: diálogo não quer dizer que um possa dizer tudo o que pensa ao cônjuge, sem medir as palavras. “Respeito e canja de galinha“, dizem, “não faz mal a ninguém“. Gentileza e generosidade, com uma boa dose de boa vontade em ceder, para evitar uma briga, são provas de amor. E sem amor, um casamento nem deveria ter começado.

Leia: 4 erros de comunicação que podem destruir seu casamento

3. Empatia

Ser empático é ver as coisas do ponto de vista do outro. “Vestir os sapatos um do outro”, tentar sentir o que o outro sente. Isso é prova de maturidade, porque isso é o oposto das birras infantis.

Pode-se “perder” muitas brigas num casamento, quando se tem em vista que o mais importante é a união, a paz e o companheirismo num casamento.

O homem deve se lembrar de que a mulher é muito mais complexa do que ele, e ele deve se esforçar para entendê-la. Isso é amor.

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A mulher, por sua vez, deve ter paciência com o homem, porque ele amadurece, normalmente, mais devagar do que ela. Isso também é amor.

Tendo empatia, dialogando o máximo que puderem e sabendo que ambos são diferentes, se agirem de acordo com isso, um casal pode ser tão feliz quanto possível for, e sendo felizes, ser um grande exemplo e motivação para que seus filhos (se os tiverem), cresçam centrados e sadios emocionalmente, porque não tem nada pior para os filhos, do que ver seus pais brigando e se distanciando um do outro.

Um casamento feliz não é obra do acaso.

Leia: Plano de ação: 9 estratégias para não brigar em frente aos filhos

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Luiz Higino Polito

Casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, estudei oratória e didática. Gosto muito de escrever. Profissionalmente, sou músico e tenho um Sebo Virtual, onde vivo com minha esposa e cercado de livros!