13 maneiras práticas para evitar gritar com os filhos (de uma mãe que gritava)

Quem nunca gritou com os filhos que atire o primeiro brinquedo espalhado. Em algum momento de nossas vidas como mães, já gritamos com nossos filhos. É quase automático.

Stael Ferreira Pedrosa

Já sabemos de longa data que bater é nocivo às crianças. Já lemos e falamos que agredir seus filhos os torna agressivos e agressores futuramente. Não educa e não faz bem a eles. Então, para não bater, às vezes as mães tendem a gritar. No entanto, pesquisas têm mostrado que os efeitos do grito são tão prejudiciais quanto os da agressão – causam depressão e mau comportamento na adolescência. Para ajudar as mães a lidarem com a raiva, o mau comportamento e evitar o grito (e as palmadas, claro!) aqui estão:

13 maneiras práticas para evitar gritar com os filhos

1. Comece agora

Na próxima vez que o grito vier à sua garganta, pare e respire fundo, coma algo, mas feche a boca. Isso dará tempo para pensar um pouco. A princípio será difícil, mas logo começará a surtir efeito. Sei por mim mesma. Uma coisa que fiz foi começar a sussurrar em vez de gritar. Funcionou muito. As crianças ficam surpresas e prestam atenção.

2. Conte até 10

Já que a boca está fechada, conte mentalmente até 10 e respire fundo novamente. Isso lhe dará tempo para olhar para seu filho (se ele já não tiver corrido de medo) e ver a situação como realmente se apresenta.

3. Converse com seu filho

Pergunte-lhe o porquê do erro. Tente ouvir a história toda em silêncio. Pode ser que ele precise mais de ajuda que de correção. Eu gritei com meu filho quando tinha 2 anos de idade, por ter feito cocô na cama e depois descobri que ele estava com gastroenterite. Ele precisava da minha ajuda e não dos meus gritos. Ainda choro ao pensar nisso – e ele já tem 22 anos!

4. Converse ainda mais

Se ele realmente agiu errado, explique-lhe que o que fez é errado e por que é errado. Isso é importante, sem essa conscientização é mais difícil a criança não errar novamente naquela determinada atitude.

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5. Dê limites

A criança que não tem limites, irá tentar descobri-los. Diga-lhes até onde podem ir. Por exemplo, “vocês podem brincar no playground, mas não podem ir para a rua. A rua é um local perigoso e vocês podem ser atropelados. Quem for para a rua irá ficar de castigo.” Quanto mais claro o limite mais fácil será para as crianças se manter dentro dele. Importante: cumpra o prometido.

6. Use o castigo

Tania Zagury, educadora e filósofa, ensinaque o castigo tem que ter algum significado e que a privação de algo que a criança goste é eficaz. Por exemplo: não poderá jogar videogame no fim de semana, ficar sem TV, ou não poder brincar com um amiguinho.

7. Desvincule-se do passado

Muitos pais alegam que receberam palmadas, gritos e com isso se tornaram boas pessoas. Isso poderia ser considerado verdade se todos os bandidos que estão nas prisões ou nas ruas nunca tivessem apanhado ou recebido gritos de seus pais. O que sabemos que não acontece. Geralmente as pessoas à margem da lei trazem um passado de maus-tratos e abusos.

8. Use de empatia

Lembre-se de quando seus pais lhe bateram, humilharam, xingaram ou gritaram. Como você se sentia? A psiquiatra Ivete Gianfaldoni Gattás, afirma que “xingar, humilhar ou gritar, além de colaborar para que as crianças cresçam com medo e a autoestima prejudicada, nos afastam delas”. Pense nisso.

9. Olhe para dentro de si

Na ocasião em que gritei com meu filho quando ele tinha gastroenterite, eu estava passando por problemas sérios. Eu estava cansada, deprimida e estressada com os problemas e a rotina de levá-lo para a casa de meus pais e depois ir trabalhar. Na volta, pegá-lo e levá-lo para casa. Foi um dos motivos que parei de trabalhar até que fossem grandes.

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Se você está passando por momentos difíceis, tente corrigir o que está errado para não acabar descarregando nas crianças. Não é justo, elas não têm culpa de nada.

10. Trate-se

Procure saber se seu comportamento de gritar não é devido a algum tipo de doença ou transtorno mental. Depressão, bipolaridade, síndrome de Tourette, transtorno Borderline e Síndrome de Burnout, são alguns problemas mentais que podem causar um comportamento agressivo.

11. Peça desculpas

Não receie em pedir desculpas a seus filhos. Isso mostrará que você se arrepende de ter gritado e as crianças são muito compreensivas. Elas aceitarão suas desculpas e isso estreitará os laços entre vocês. Abrace-as e beije-as (muito).

12. Converse com seus filhos de novo!

Muito diálogo, sempre. Diga-lhes o que espera deles, onde eles estão errando e como devem se portar. Se estiver passando por algum momento difícil, não queira parecer supermãe e seja vulnerável. Conte a eles (não precisa de muitos detalhes), mas se for o caso diga que está em tratamento e que quer ser uma mãe melhor para eles e que espera que eles colaborem.

13. Não desanime

Se, apesar de todos os seus esforços, você ainda está gritando com as crianças, não desanime. Continue tentando. Vale a pena. Elas merecem uma mãe que as trate com respeito e amor.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.