10 dicas para ajudar seus filhos a se adaptarem a um novo cônjuge

A adaptação dos seus filhos à nova realidade familiar pode ser mais lenta ou difícil. Veja algumas dicas de como evitar ou amenizar os conflitos.

Erika Strassburger

Ao tomar a decisão de se casar novamente, um pai ou uma mãe precisa colocar as necessidades dos filhos no topo de suas preocupações. Não há espaço para decisões motivadas por sentimentos e expectativas egoístas. Ao escolher um novo cônjuge, deve-se avaliar se a personalidade dele é favorável para a criação de um relacionamento sadio com seus filhos, e se ele está realmente disposto a se casar com toda a família.

Não é tão raro encontrar uma criança sendo criada pelos avós porque no novo relacionamento da mãe não havia espaço para o filho do primeiro casamento.

O psicólogo, psicoterapeuta e escritor Caio Feijó falou algo muito importante que reflete esta visão: “duas pessoas separadas que decidam por uma nova relação conjugal, em hipótese alguma deverão projetar essa relação a dois caso existam filhos deles ou de um deles ainda criança ou jovem dependente. A relação deverá ser projetada a três, quatro, cinco, etc. de acordo com o número de filhos. Estes deverão fazer parte do novo casamento, deverão ser aceitos incondicionalmente por ambos sob pena de iniciarem uma nova relação com fortes possibilidades de fracasso. Na verdade, ainda na fase do namoro, das descobertas, das conquistas, os filhos deverão fazer parte da equação. Deverão, também, serem descobertos, cortejados, namorados e conquistados. O pedido de casamento ou a comunicação, deverá ser feito para a mulher e os filhos dela, ou para o homem e os filhos dele, concomitantemente. Mãe e filhos e pai e filhos deverão dar o “sim” de forma uníssona, caso contrário os dois deverão manter o namoro por mais tempo até conquistar o aval dos filhos mais tarde.

Mesmo depois de um “sim” familiar, muitos ajustes precisam ser feitos a fim de sintonizar cada membro da família à nova situação. A adaptação dos filhos pode ser mais lenta e difícil. Por isso eles precisam de ajuda dos pais nesse processo.

Aqui 10 dicas que o ajudarão nesta tarefa:

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1. O trabalho deve começar no namoro

Procure criar, desde a época do namoro, uma atmosfera favorável à formação de um vínculo de amizade entre seus filhos e o (a) namorado (a). Tais sentimentos tendem a, naturalmente, progredir para um sentimento mais profundo.

2. Envolvam as crianças nas atividades do casal

Não só no casamento, mas ainda no namoro, as crianças precisam sentir-se integradas à relação. Faz-se necessário criar oportunidades para partilharem de bons momentos juntos, através de atividades, passeios, conversas, etc. As crianças deixadas de fora dificilmente apoiarão o relacionamento. Elas verão o(a) pretendente como um intruso, alguém que quer a mãe ou o pai só para si.

3. Criem espaço para que seus filhos se relacionem com outros membros da família

A formação de uma nova família não pode impedir ou atrapalhar o relacionamento dos filhos com outros familiares. Eles precisam continuar mantendo contato constante como os pais biológicos, avós, tios e outros parentes com quem têm afinidade. Da mesma forma, fará bem para eles sentirem-se acolhidos pelos parentes do novo cônjuge.

4. Não permitam que o lugar do ex-cônjuge na vida dos filhos seja usurpado

Jamais force seus filhos a chamarem seu novo cônjuge de pai ou de mãe. Da mesma forma, reafirme a autoridade do ex-cônjuge sobre eles, incentivando-lhes a demonstrar o seu amor, respeito e obediência a ele.

O novo cônjuge deve apoiar o(a) pai(mãe) na educação de seus filhos e não ficar impondo novas regras. Quanto melhor definido os papéis de cada participante na vida das crianças (pai, mãe, padrasto e madrasta), maiores as chances do relacionamento familiar ser saudável.

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Da mesma forma, o padrasto ou a madrasta precisam ser eles mesmos, não tentando se parecer com o pai ou a mãe das crianças para conquistá-las. Atitudes assim provocam hostilidade e aborrecimento. As crianças pensarão que eles estão lá para tomar o lugar do pai ou da mãe.

5. Demonstrem compreensão quando existir um conflito de lealdade

Alguns filhos podem se sentir culpados pelo amor que compartilham com o pai e sua companheira, como se estivessem sendo desleais e magoando a sua própria mãe, e vice-versa. O maior desejo do filho é sempre manter a família original unida. Então, você e seu novo cônjuge precisam compreender esses anseios e não recriminá-los por isso. Quanto mais sinceridade e compreensão houver na relação, mais fácil fica identificar os problemas e trabalhar em cima deles.

6. Jamais critiquem o ex-parceiro

É muito ruim ouvir alguém falando mal da pessoa que amamos. Tentem se colocar no lugar dos seus filhos. Seja você e seu novo cônjuge bons exemplos para ele nesse quesito. E mostrem a eles as qualidades do pai ou da mãe.

7. Evitem, ao máximo, mudanças na rotina dos filhos

O casal precisa se adaptar à rotina das crianças e não vice-versa.

8. Mantenham um relacionamento maduro com o ex-cônjuge

Quanto mais tranquilidade no relacionamento com o ex, mais seguros os filhos se sentirão. Se isso não for possível por algum motivo, incentive os filhos a manterem um bom relacionamento com ele e seu(sua) companheiro(a). Os filhos precisam sentir-se livres para amar o pai e a mãe, independente dos sentimentos que os genitores ainda carreguem um pelo outro.

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9. Criem novas tradições familiares

As tradições familiares são como um selo de identificação da família. Fazer algo novo, que nunca foi feito antes, vai trazer novas perspectivas para o convívio familiar.

10. Sejam pacientes

É essencial que os pais percebam as dificuldades dos filhos, conforme a fase do desenvolvimento em que estão, dando-lhes tempo e espaço para expressarem seus sentimentos em relação ao passado. Jamais tente substituir uma história vivida por experiências novas. Respeite o espaço que cada história ocupa na vida dos seus filhos.

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.