5 coisas em que vocês não devem admitir a intromissão dos outros

Quem define o que é bom e aceitável para a sua família é você e seu cônjuge. Os parentes e amigos precisam conhecer os limites.

Erika Strassburger

Embora seja natural e bom que as pessoas, especialmente as mais próximas e que amam você, queiram dar bons conselhos para a sua vida, é sempre importante diferenciar um bom conselho de uma tentativa de intromissão ou manipulação. Muitas pessoas, infelizmente, ultrapassam os limites e querem que façamos as coisas do jeito delas, escolhas que elas julguem melhores, o que acaba interferindo em nossa liberdade de escolha.

Abaixo estão cinco escolhas que competem apenas a você, ou a você e seu cônjuge. Não permita que outras pessoas se intrometam, pois é você que vai conviver com as consequências dessas escolhas pelo resto da vida.

1. O curso que faremos e a profissão que desejamos seguir

Embora seja bom nos aconselharmos com os pais, professores e profissionais das áreas em que queremos atuar, a última decisão deve sempre ser nossa. Se formos contra a nossa vontade e vocação para satisfazer os sonhos de outras pessoas, acabaremos nos tornando pessoas frustradas e infelizes, o que afetará enormemente no nosso desempenho acadêmico e profissional.

2. A religião que vão seguir

Não podemos ceder à pressão e chantagens emocionais de parentes ou amigos no que tange a nossas crenças individuais e familiares. Seguir uma religião é decisão muito séria, é a nossa eternidade e a de nossa família que está em jogo, e deve ser tomada em espírito de oração e com total consciência e vontade por parte de cada um.

Se depois de vocês terem se aconselhado com Deus, de terem tido um testemunho daquilo que escolheram viver, as pessoas ficarem apontando falhas na sua religião, ou ficarem tentando fazer vocês voltarem atrás, imponham-se e exijam respeito. Não permitam que as pessoas debochem ou critiquem aquilo que é sagrado para vocês. Mas vocês também não precisam ser grosseiros nem comprarem briga por isso. Apenas sejam firmes e mudem de assunto.

Advertisement

Leia: O que levar em conta na hora de escolher uma religião

3. O número de filhos que pretendem ter

O número de filhos é uma decisão que compete apenas ao casal. Quando me casei, meu sonho era ser mãe de muitos filhos. Meu marido tinha a mesma opinião. Eu sou filha única, então sempre achei lindo ver uma mesa cheia, as pessoas conversando e rindo juntas, reuniões familiares com várias pessoas. Mas quando externei esse desejo a algumas pessoas próximas, elas me chamaram de “louca”. “Onde já se viu ter tantos filhos nesse mundo violento!”, “Só devemos ter o número de filhos aos quais conseguiremos dar tudo o que não tivemos.”, “Tem que ser rico para ter tantos filhos”.

Sinceramente, entrou em um ouvido e saiu no outro.  Por questões de saúde e outras razões, acabei tendo menos filhos do que gostaria, mas ter tido os três foi bem melhor, pra mim, do que se tivesse tido somente um. Mas cada gravidez que anunciei foi recebida com horror por aquelas pessoas. Uma delas ficou sem falar comigo por vários dias. Mas, para a nossa sorte, tínhamos dezenas de outras pessoas queridas comemorando conosco. Eu tinha minha mãe ao meu lado. Foi isso que realmente importou.

4. A dinâmica da sua família

Cada casal decide como vai ser a dinâmica da família, e ninguém mais tem nada a ver com isso. Por exemplo, tenho uma prima que decidiu não dar doce ao filho dela durante toda a sua infância. Eu ficava admirada com a persistência dela. Eu não teria conseguido.

Alguns pais aguardam ansiosamente que seja liberada, no país ou região em que vivem, a opção de Homeschooling – ou seja, escola em casa. Também não daria certo para mim – a pandemia veio me confirmar isso, mas admiro quem consegue.

Advertisement

Não permita que os outros tentem ditar regras para a sua vida ou seu lar, determinando, por exemplo, que tipo de remédio você pode ou não tomar para tratar ou evitar a Covid-19 – é apenas entre você e seu médico; ou que você não pode ser dona de casa porque tem um diploma universitário; ou que lugar de cachorro não é dentro de casa.

5. Valores que ensinarão ao seus filhos

É esperado de bons pais que deem uma boa educação e ensinem bons valores aos filhos. Isso é importante não apenas para o desenvolvimento dos pequenos, mas para toda a sociedade, pois eles irão conviver com outras pessoas. Ou seja, ensinar um rapaz a respeitar as moças ou a não mexer no que não é dele, é no mínimo básico para uma boa convivência em sociedade.

No entanto, se decidir ensinar a seus filhos e filhas que o correto é se casarem virgens, incutindo neles esses valores desde pequenos, nenhuma professora intrometida tem o direito de orientá-los a levar camisinha na carteira, ou de dar orientações que vão totalmente de encontro ao que vocês acreditam e vivem; tampouco aquele tio promíscuo tem liberdade de aconselhar seu adolescente a “pegar todas”.

Leia também: Pai provedor e mãe ‘do lar’: os absurdos que ouvi por seguir esse modelo

Como eu disse inicialmente, não devemos rejeitar os bons conselhos. Devemos ouvir e ponderar sobre cada um deles, e reter o que é bom. No entanto, por mais que gostemos ou respeitemos algumas pessoas, não podemos rebaixar nossos padrões de comportamento para agradá-las, nem permitir que elas ultrapassem o limite. Por isso, minha última dica é: assim que perceber que algum limite esteja sendo ultrapassado, chame a pessoa para um canto e, com toda a calma do mundo, diga a ela que aquele tipo de coisa não faz parte da rotina da sua família, ou não é o que você quer, ou não é bom para os seus filhos etc. Uma boa conversa pode colocar tudo nos eixos.

Advertisement
Toma un momento para compartir ...

Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.