5 sinais prerigosos de que você superprotege seus filhos e como isso pode afetá-los

Querendo acertar muitos pais cometem sérios erros. Querendo proteger acabam fazendo o contrário.

Karin Cristina Guedes de Oliveira

Proteger é sinônimo de cuidado, garantir que o sofrimento não afetará o protegido.

Superproteger resulta da visão equivocada da dificuldade. Surge do medo que o adulto tem de que a criança sofra; do receio de que ela não seja capaz de lidar com determinada situação e da necessidade de doar o máximo de si como protetor responsável.

O problema é que a superproteção não protege, não livra dos riscos, não evita o sofrimento e traz muito mais prejuízos do que proteção.

Se você pratica algum desses itens, melhor rever, afinal o principal objetivo é o bem-estar do seu querido. Veja algumas atitudes que podem trazer consequências negativas para o filho.

1. O isentando

Ele não é responsável por nada. Se ele não gostou do alimento é culpa de quem o preparou; se tirou notas baixas a culpa é de quem ensinou; se caiu e machucou a culpa é de quem não tapou o buraco. Ele nunca é o culpado.

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Como isso o afeta?

Você não está apenas o superprotegendo, principalmente está formando um ser humano irreal, porque todos somos responsáveis por algo. Ele não vai se sentir útil nem capaz. Terá baixa autoestima, porque nem pra errar ele teve capacidade, sempre erraram por ele. Será inseguro também, porque na sua ausência, como irá se defender?

2. Não o advertindo

“Olha o que faço com meus amigos da escola, eu bato neles desse jeito.” Disse sorrido um garoto de cinco anos enquanto esmurrava um boneco de pano, seu pai, também sorrindo ouvia o filho.

“Não, não vou dividir minha bicicleta com ninguém.” Disse uma garota de sete anos ao ser abordada por sua colega no parquinho. Ela preferiu guardar a bicicleta e parar de brincar ao invés de ter que compartilhar com sua amiga. Sua mãe? Certamente concordou porque não disse nada.

Como isso o afeta?

Quem ama cuida, quem ama educa, quem ama corrige! Em que momento da história fomos ensinados que não devemos corrigir nossos filhos? É isso que fez o pai e a mãe dos exemplos acima. Se omitindo, deixando de exercer seu principal papel que é mostrar ao filho o errado e orientá-lo a escolher o correto. Estamos criando pessoas sem limites, com a consciência anestesiada, cidadãos apáticos à necessidade do outro. Hora ou outra essas características se reverterão contra criatura e criador.

3. Mantendo-o numa gaiola

Mesmo já sendo um adolescente, não pode ir sozinho para a escola porque é perigoso caminhar sozinho por alguns metros, atravessar vias públicas movimentadas ou pode encontrar alguém maldoso no percurso. Ensine o caminho, atravesse a avenida com ele algumas vezes, mostre o que é bom e o que não é, confie nos ensinamentos que você transmitiu e nas escolhas do seu pássaro que agora quer voar.

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Como isso o afeta?

Insegurança, timidez, baixa autoestima, introspecção, todas características que um adolescente pode adquirir, principalmente pelo cuidado excessivo dos pais. Tem que cuidar! Não sufocar. Com medo dos comentários dos amigos ele se tranca em si mesmo; com vergonha porque ele não se sente capaz ele se torna cada vez mais tímido e inseguro.

4. Proibindo tudo

Brincar na areia não pode por causa das bactérias, correr na rua também é perigoso. No parque de diversões os brinquedos mais divertidos ele já tem medo. Com medo que ele tenha suas próprias experiências negativas você o cercou de todas as maneiras para que não corresse os riscos necessários. Transmitiu seus medos como recurso para mantê-lo seguro.

Como isso o afeta?

Ele não vive os sentimentos próprios. Não desfruta das próprias experiências. Aprendeu que o risco é errado. Que o medo é sinal de proibido e que não deve enfrentá-lo. É assustador, mas transmitimos ensinamentos das mais simples maneiras e afetamos nossos filhos de maneira grandiosa com atitudes tão pequenas.

5. Sendo muito precavida

Em uma consulta de rotina no pediatra, meu filho, então com pouco mais de um ano, começou a reclamar e não disse o motivo. Eu logo justifiquei dizendo que ele estava enjoado porque queria o brinquedo que estava com o irmão. A doutora me advertiu dizendo que é preciso parar de colocar palavras na boca das crianças, ele poderia estar incomodado por diversos outros motivos, eu deveria parar, ouvi-lo e então tirar minhas conclusões.

Como isso o afeta?

Fazemos isso o tempo todo. Por exemplo, ao iniciar a aquisição da fala, a criança gagueja qualquer sílaba com a letra a e logo supomos que ela quer água. A criança cresce e nosso comportamento não muda. Além de oferecermos o que eles ainda nem se deram conta que desejam ou precisam, nós também realizamos nossas vontades através de nossos filhos. Que perigo! O grande risco desse comportamento é a formação de indivíduos crentes que tudo vem pronto. As roupas aparecem passadas e limpas no armário, o dinheiro está disponível o tempo todo, não há sacrifícios ou limites, tudo estará pronto quando ele simplesmente desejar.

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Karin Cristina Guedes de Oliveira

Karin Cristina é pedagoga, mãe e esposa. Apaixonada pelo ser humano, acredita que o conhecimento é capaz de mudar a humanidade e a leitura é o caminho.