Estudos comprovam que a insônia provoca pensamentos negativos

Como se já não bastasse os prejuízos físicos, novos estudos alertam contra os males mentais que a insônia pode causar.

Suely Buriasco

Os brasileiros já estão entre os que dormem menos no mundo, com o horário de verão as discussões sobre o tema se intensificam. O fato é que dormir uma hora a menos pode fazer diferença negativa para o organismo de muitas pessoas, principalmente para quem já tem problemas de insônia.

Para melhorar nosso entendimento, a psicóloga Marisa de Abreu Alves descreveu no artigo as funções do sono:

  • Descansar.

  • Consolidar a memória de trabalho.

  • Liberar de hormônios que fortalece o sistema imunológico.

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  • Regenerar as células e

  • Transformar a gordura em força muscular.

A insônia e as doenças físicas

Segundo essa matéria, especialistas do sono da Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh e do Western Psychiatric Institute and Clinic afirmam que: “…diversos sistemas corporais são afetados de forma negativa pelo sono inadequado: coração, pulmões, rins, apetite, metabolismo e controle de peso, função imunológica e resistência a doenças, sensibilidade à dor, tempo de reação, humor e função cerebral”. Algumas noites maldormidas podem afetar até mesmo o nosso DNA.

São muitos os estudos que estabelecem correspondência entre o sono insuficiente e doenças físicas, afirmando inclusive que dormir menos reduz a expectativa de vida. Parece ser indiscutível o prejuízo da falta de sono no organismo humano.

A insônia e as doenças mentais

Uma pesquisa atual, considerada o maior estudo controlado de tratamento psicológico para a saúde mental, vai mais além e sugere que a insônia pode causar problemas de saúde mental e não apenas ser simplesmente uma consequência deles. O estudo foi publicado no Brasil e revelou dados impressionantes, em apenas três noites de privação de sono o humor dos participantes sofreu mudanças importantes. A estudante de doutorado que conduziu o experimento, Sarah Reeve, revelou que: “Houve um aumento na ansiedade, na depressão e no estresse. Também aumentou a paranoia e o sentimento de desconfiança em relação a outras pessoas”.

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Ainda segundo o estudo, as emoções positivas diminuíram bruscamente após duas noites de sono interrompido, enquanto as emoções negativas começaram a aumentar.

Pensamentos negativos

Um outro estudo realizado pelo professor Ivan Vargas, da Universidade do Estado da Pensilvânia (EUA), concluiu que “pessoas privadas de sono perdem parte da sua capacidade de serem pessoas de mentalidade positiva”. O professor afirma que as pessoas ao dormirem menos do que o necessário tendem a fixar seus pensamentos em situações negativas. O professor Ivan estabelece assim uma importante correlação entre o prejuízo do sono e a depressão. “A depressão é tipicamente caracterizada como a tendência de pensar e sentir-se mais negativo ou triste. Mas, mais do que isso, a depressão está associada a sentir-se menos positivo, menos capaz de se sentir feliz”, disse o pesquisador.

Conclusão

O professor de psicologia clínica da Universidade de Oxford, Daniel Freeman, que liderou o primeiro estudo citado não acredita que algumas noites maldormidas signifiquem que a pessoa vai ter uma doença mental, no entanto, afirma que o risco de fato aumenta. Ou seja, é relevante a necessidade de buscar adequar o sono de forma a dormir suficientemente.

Sendo o horário de verão uma realidade, melhor do que reclamar é procurar dormir antes e, caso a insônia persista, procurar ajuda profissional.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.