Padre Fábio de Melo revela que está enfrentando síndrome do pânico

Em programa de rádio, o padre admite ser mais uma vítima de uma síndrome que tem crescido nos últimos anos: pânico.

Stael Ferreira Pedrosa

O padre Fábio de Melo é conhecido em todo o Brasil por sua simpatia e bom humor no trato com todos. Inclusive ele tem personagens realmente engraçados no snap. Por sua personalidade expansiva e alegre causou surpresa ao declarar que enfrenta a síndrome do pânico.

O padre disse ser uma pessoa aberta sobre suas fraquezas e que não tem medo de sua humanidade. Algum tempo atrás, o sacerdote já havia dito que passava por “momentos tortuosos”. Porém, ele atribui o desenvolvimento da síndrome à sua rotina agitada de trabalho e ao grande desgaste emocional que passa todos os dias. Ao apresentador do programa “No Ar” da Rádio Globo, Otaviano Costa, o padre contou: “as pessoas, quando elas se aproximam de mim, chegam muito afetuosas, muito cheias de histórias, e é claro que é um desgaste natural. Um desgaste emocional natural de tudo aquilo que eu faço”.

Síndrome do pânico, o que é?

Medo incomum, ansiedade, sudorese, tremor, taquicardia, respiração alterada, sensação de morte iminente costumam ser sintomas comuns diante de uma situação de alto risco. O problema é quando o risco não existe, mas os sintomas sim. É o que sente a pessoa que sofre com a síndrome do pânico.

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Sua manifestação orgânica se dá devido à amigdala cerebral desregulada (por deficiência de serotonina) liberar noradrenalina em excesso, o que faz o portador sentir medo intenso – um ataque de pânico. Uma peculiaridade do ataque de pânico é que ele pode se repetir inesperadamente e acabar causando um terceiro problema: o medo de sentir medo. O que pode comprometer a qualidade de vida do doente causando reclusão e ou isolamento social.

Qualquer pessoa pode vir a desenvolver a síndrome, no entanto, está em maior risco as que sofrem do transtorno de ansiedade ou ansiedade generalizada. O complicado é que quem não sofre do transtorno, pode vir a sofrer da síndrome do pânico e posteriormente desenvolver o transtorno de ansiedade, também pode desenvolver depressão, alcoolismo e abuso de drogas.

Embora semelhantes, a síndrome do pânico e o transtorno de ansiedade se diferenciam nas gradações. O transtorno de ansiedade geralmente é mais constante e menos sujeito a variações, já a síndrome do pânico costuma se manifestar em crises de origem inespecífica e ser muito intensas, de acordo com o psicanalista Luiz Gustavo Gonçalves Canuto.

É possível evitar?

A origem da síndrome ainda não está bem esclarecida, em 40% dos casos existe um componente familiar, sua maior incidência é entre os que estão saindo da adolescência e entrando na fase adulta, mas pode também acometer crianças e pessoas acima dos 30 anos. Afeta mais as mulheres e pode ser desencadeada a partir de situações de grande estresse, morte, acidentes, mudanças radicais e abuso sexual.

Portanto, não existe um meio de evitar com segurança. O que se pode fazer é evitar as situações de estresse, praticar exercícios físicos para aumentar os níveis de serotonina, cuidar da saúde mental tratando transtorno de ansiedade e/ou depressão.

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Como tratar a síndrome do pânico?

É necessário buscar-se um profissional da saúde mental – psiquiatra – que indicará o melhor caminho terapêutico/medicamentoso. Geralmente o psiquiatra indica antidepressivos, ansiolíticos e também um acompanhamento psicológico para tratar os problemas secundários como o medo de sentir medo e o isolamento social, contribuindo para uma melhor qualidade de vida.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.