Algumas considerações sobre alergia alimentar que os pais devem conhecer

Muitas vezes incompreendida, a alergia alimentar não precisa prejudicar a família. Saber destas dicas pode ajudar.

Michele Coronetti

É cada vez mais comum aos pais de bebês descobrirem que seus filhos possuem um tipo de alergia alimentar. A alergia é diferente da intolerância à lactose e pode trazer sérios riscos à saúde do bebê. A alergia à proteína do leite é uma das mais comuns.

O sistema imunológico da criança, ainda em formação, considera a proteína do leite um inimigo e reage de forma agressiva para a eliminação de seu inimigo. Por isso ocorrem vômitos, diarreias, sangue nas fezes e erupções na pele. Casos extremos especialmente com nozes, amendoins e frutos do mar podem gerar uma anafilaxia com risco de morte.

Indivíduos alérgicos e intolerantes são cada vez mais comuns na sociedade. Estima-se que metade de toda a população mundial possui ao menos um tipo de alergia ou intolerância alimentar. Elas normalmente se manifestam ainda na primeira infância, especialmente quando são introduzidos o leite de vaca e outros alimentos que complementam a amamentação. Médicos e nutricionistas incentivam que o aleitamento materno exclusivo até os 6 meses seja praticado para evitar o contato adiantado com a proteína do leite, ovo, farinha de trigo e outros alimentos que podem causar as alergias.

Algumas explicações para o excesso de bebês alérgicos seria o parto cesárea em grande número, pois o bebê acaba não tendo contato com a flora microbiana da mãe que ele teria se nascesse por um parto vaginal. Sua imunidade fica restrita e isso pode ser a causa da grande incidência de alergias alimentares. O fator genético também influi bastante.

A partir do momento que o filho é diagnosticado com a alergia uma mudança brusca na família começa a acontecer. Alimentos são substituídos e normalmente a família toda modifica hábitos. Os pais aprendem a ler rótulos e frases como contém traços de leite são suficientes para rejeitar o produto. Festas e encontros em família são motivo para uma grande supervisão da criança em relação aos alimentos deixados para livre demanda, como docinhos a base de leite e muitos outros produtos. Não é uma tarefa fácil, mas quem já passou por isso sabe que muito pior do que ficar supervisionando é a correria depois para que o organismo se restabeleça da proteína ingerida.

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Algumas dicas para os pais incluem:

  1. Diminuir a ansiedade quanto à cura da alergia, uma hora ela virá independente da pressa. O desejo de voltar a uma vida “normal” pode atrapalhar no processo de cura.

  2. Ter paciência nessa fase é fundamental. Muitas mães acham muito chato tudo isso, mas para a criança que está começando a comer não é nenhum bicho de sete cabeças. O que os pais oferecerem para ela será agradável e ela aprenderá a gostar. Com o tempo ela mesma saberá rejeitar os alimentos proibidos.

  3. Confiar nos instintos e ouvir a primeira impressão é importante. Muitas vezes as mães ficam com vergonha de pedir que outras pessoas não deem alimentos para seus filhos, mas esse ato pode salvar a vida deles.

  4. Ter a certeza de que essa diferença não torna a criança rejeitada pela sociedade, ela apenas precisa de alguns cuidados especiais diferentes das outras.

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  5. A mudança na alimentação trará a possibilidade de uma melhora alimentar para ela e muitas vezes para toda a família. Existe muito apoio e grupo de outras mães com o mesmo dilema em suas casas. Elas compartilham receitas e ensinam como trocar o produto alérgeno por outro semelhante e não tóxico.

Na maioria das vezes a melhora vem com o tempo. Algumas alergias são para toda a vida, mas nem sempre. Buscar a ajuda do pediatra e também de nutricionistas será sempre o melhor a fazer para definir a hora de tentar reintegrar o tipo de alimento.

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Michele Coronetti

Michele Coronetti é secretária, mãe de seis lindos filhos, gosta de cultura e pesquisas genealógicas.