‘Muitos não sentirão a sua falta’, dizia a chocante nota de falecimento de uma idosa publicada por um suposto familiar

A família está tentando descobrir o autor do obituário que denegriu a imagem da matriarca da família, falecida aos 82 anos. Ninguém da família assumiu a autoria.

Erika Strassburger

A família de Cornelia June Rogers Miller, que faleceu em fevereiro deste ano, quer descobrir o responsável por escrever uma nota de falecimento mordaz publicada quatro meses após a sua morte no Cherokee Scout, em Murphy, Carolina do Norte.

Pelo teor do obituário, o autor dá a entender que é membro da família e, certamente, guarda muito ressentimento dessa senhora. Mas nenhum membro da família assumiu a autoria. Segundo a Fox 8, um dos filhos de Cornelia, Robert, disse que o que foi escrito é mentira e culpou suas irmãs pelo texto. Mas, uma delas disse que não escreveu o obituário, e chamou-o de trágico e triste.

Veja alguns trechos desse IMPIEDOSO obituário

“As drogas eram um grande amor em sua vida, pois June não tinha passatempos, não contribuía para a sociedade e raramente compartilhava uma palavra ou ação gentil na vida.”

“Por favor, deixe a vida de June Miller ser um exemplo a não ser seguido. O vício e o ódio não são bons para os vivos. Falamos em nome da maioria da família quando dizemos que muitos não sentirão a sua falta, muito poucas lágrimas serão derramadas, e não haverá lamentação por sua morte”.

“A família vai se lembrar de June e, entre nós, vamos nos lembrar dela da nossa própria maneira, que foram tempos, em sua maioria, tristes e preocupantes ao longo dos anos. Podemos ter algumas boas lembranças dela e, quem sabe, também iremos pensar nesses tempos.”

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“Mas, cremos verdadeiramente que no final das contas todos nós iremos sentir falta apenas do que nunca tivemos – uma mãe, avó e bisavó.”

“Esperamos que ela finalmente esteja em paz.”

“Para o resto de nós deixados para trás, esperamos que este seja o início de um período de cura e para apendermos a ser uma família novamente.”

“Não haverá serviço, nem orações e nem desfecho para a família a quem ela dedicou uma vida inteira a destruir. (…) Seu legado foi escrito. Então, dizemos em nome de todos, Adeus, Mãe.”

O caso está sendo investigado. É possível que tenha sido apenas uma brincadeira de mau gosto, porque trechos do obituário foram plagiados, são semelhantes ao obituário de Dolores Aguilar, publicado no Vallejo Times Herald, na Califórnia.

Robert Miller solicitou ao Cherokee Scout que substituísse o obituário ofensivo por um novo escrito por ele. Veja alguns trechos:

“June foi uma devota esposa de militar e dona de casa que deu aula de natação para crianças em seu tempo livre. Foi ativa na igreja batista e ensinou aulas na escola dominical por muitos anos. Ela era uma ávida colecionadora de antiguidades e um membro orgulhoso das Filhas da Revolução Americana. Ela também fazia um bolo picante de limão. [Sua vida] foi celebrada por sua família e amigos com um serviço memorial em 18 de março na casa de seu filho.”

Essa história nos induz a refletir sobre dois assuntos importantes, independente de o teor do texto ter ou não fundamento:

Vale a pena guardar mágoa?

Infelizmente, não temos controle sobre o que as pessoas fazem, e muito do que fazem pode nos prejudicar seriamente. Mas temos controle sobre nossos próprios sentimentos. Então, perdoar ou não é uma decisão.

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Embora possa ser difícil perdoar alguém, muitas vezes, é algo que precisamos nos empenhar em fazer, porque o maior prejudicado sempre será aquele que guarda dentro de si esse sentimento tão corrosivo. “Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra.” (William Shakespeare)

Que legado estamos deixando para trás?

O que dirão de nós quando partirmos? Será que as pessoas sentirão a nossa falta, comemorarão a nossa morte ou apenas não se importarão?

Embora muitas pessoas não se importem com o que os outros pensem delas, todos deveriam se empenhar em deixar um lindo legado de bondade, honestidade, serviço, alegria e fé. É tão reconfortante sentir-se amado e querido. Mas, é ainda mais importante fazer a diferença nesse mundo.

Nossos filhos agradecerão se formos lembrados como alguém que honrou o nome da família, que honrou a paternidade/maternidade, que deixou um legado inspirador.

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Erika Strassburger

Erika Strassburger nasceu em Goiás, mas foi criada no Rio Grande do Sul. Tem bacharelado em Administração de Empresas, trabalha home office para uma empresa gaúcha. Nas horas vagas, faz um trabalho freelance para uma empresa americana. É cristã SUD e mãe de três lindos rapazes, o mais velho com Síndrome de Down.