Mãe faz post emocionante e mostra por que você não deve deixar seu bebê chorando à noite

"Pode ser às 2 da manhã, pode ser quando for, eu irei até ela."

Stael Ferreira Pedrosa

Dayna Mager, de Michigan, Estados Unidos, é mãe de Luella, um lindo bebê com quem ela foi fotografada deitada (e dormindo), dentro do berço. A foto que teve 70 mil likes, foi postada em sua conta do Facebook seguida por um texto onde ela conta porque estava dentro do berço de sua filha. O motivo é de cortar o coração.

Dayna conta que sua filha chorava muito devido ao nascimento dos dentes. Cansada, ela queria aliviar a filha e a solução foi deitar-se ao lado dela. Ela diz: estou postando novamente esta foto porque ela capta a essência do meu coração. Lá estava eu no calor dessa coisa cansativa e linda a que chamamos de maternidade por lembrar-me de uma promessa feita à minha filha.

Ela conta que a única vez em que deixou Luella com outra pessoa foi quando ela e o marido Matt foram a um concerto de música de adoração. Nessa ocasião, ela ouviu uma história que partiu seu coração. Um missionário contou sobre sua experiência em um orfanato em Uganda onde havia um berçário com mais de 100 berços, em cada um havia um bebê. Ele esperava ouvir choros e barulhinhos típicos de bebês, mas a única coisa que encheu seus ouvidos foi o silêncio. Intrigado, perguntou à responsável pelo orfanato, o porquê do silêncio. Dayna diz que a resposta da mulher ficou marcada à fogo em seu frágil coração, agora ainda mais frágil devido à maternidade.

A resposta da responsável pelo orfanato foi: “Depois de cerca de uma semana que estão aqui e gritando por horas, eles acabam parando quando percebem que ninguém vem atendê-los…”

Dayna sentiu que seu coração se partira em pedaços e por isso fez uma promessa a si mesma e à sua filha de que jamais a deixaria chorando sozinha. “Pode ser às 2 da manhã, pode ser quando for, eu irei até ela. Em sua dor, decepções, estaremos lá para abraçá-la, para mostrar que sempre seremos um porto seguro e sempre iremos até ela.”

Deixar ou não deixar o bebê chorar?

Segundo grandes psicanalistas infantis como Melanie Klein, Donald Winnicott, Wilfred Bion, Esther Bick, entre outros, o vínculo mãe e filho no primeiro ano de vida é de fundamental importância para a saúde mental do indivíduo. De acordo com estes, o bebê ao nascer não conhece a extensão do próprio corpo e se acha ligado à mãe, como se fossem uma coisa só. Por não saber seus limites físicos, o bebê sente uma terrível angústia e o medo inconsciente de se despedaçar. Ele precisa de algo que contenha seus órgãos internos, bem como suas angústias, como a pele que mantém nossos órgãos dentro do nosso corpo. Então, de puro terror, ele chora. Ele deseja que algo venha dar a ele essa segurança. Esse algo é a mãe, que o leva ao colo e dá-lhe o seio.

Sem esse amparo, acontece com os bebês o que aconteceu no orfanato de Uganda. E as consequências podem ser perigosas. Com o advento da neurociência confirmou-se que deixar os bebês chorando criará pessoas menos inteligentes, menos saudáveis, mais ansiosas, não cooperativas e alienadas, que podem passar os mesmos ou piores traços para a próxima geração.

Já outros estudiosos do comportamento, como Marsha Weinraub, professora de psicologia e pesquisadora da Temple University, afirmam que os bebês devem ser deixados à noite sozinhos e chorando até que durmam, desde que os pais se certifiquem de que estão seguros e confortáveis. Da mesma forma, quando acordam no meio da noite, devem aprender a se autoconfortar. No entanto, os pesquisadores admitem que é melhor fazer isso a partir do 10º mês.

Embora haja divergências de pensamento, os dois lados concordam que pelo menos no período pós-nascimento até cerca de 1 ano, os bebês não devem ser deixados chorando sozinhos. Na dúvida, siga o seu coração. Toda mãe mentalmente saudável é uma mãe suficientemente boa e que sabe como agir com seu filho. Essa capacidade é denominada por Winnicott como “Preocupação Materna Primária”. Ela pode guiá-la na sua atenção ao seu bebê.

Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.