Estou sendo uma amiga péssima neste momento

Gostaria que você compreendesse por que não estou sendo aquela amiga presente e dedicada que costumava ser.

Heather Dixon

É cedo da manhã. Meu marido saiu para o trabalho e as crianças ainda estão dormindo. Sento-me em frente ao computador na minha cozinha tranquila e silenciosa para tentar “roubar” algum tempo para mim.

Examino minha caixa de entrada de e-mails, excluo rapidamente o lixo eletrônico e, silenciosamente, lembro a mim mesma das contas a serem pagas mais tarde.

Então, vejo isso. Uma velha amiga me enviou uma foto nossa engraçada de quando éramos bem mais jovens.

“Como você está? Lembra desse dia? Tão divertido!”, ela diz.

Eu fito nos rostos sorridentes olhando para mim. Estamos rindo de algo – descontraídas e felizes. Estávamos conectadas. Um vínculo inquebrável de amizade.

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Agora, só conversamos de vez em quando, principalmente porque e-mails como este muitas vezes se tornam esquecidos por mim. Um sentimento de culpa se apodera de mim assim que vejo a data do e-mail. Enviado há duas semanas. Como muitos e-mails que recebo, eu os leio enquanto estou na correria – pensando com meus botões: “Vou responder assim que chegar em casa”. E então a vida toma conta.

Como pais de crianças pequenas, parece haver uma esteira rolante contínua de coisas que precisam ser feitas. Se não estivermos mudando vestidos ou alimentando os filhos, estamos nos preparando para o trabalho, cumprindo tarefas, levando os filhos para seus compromissos, atividades, festas de aniversário. Mesmo no verão, quando tentamos manter as coisas não programadas, tanto quanto for possível, sempre há coisas que preciso (e quero) fazer. Tempo de qualidade em família, preparar o jantar, dar banho nas crianças, ler histórias, perguntar-lhes como foi o seu dia.

Então, chegamos exaustas no final do dia. Os dentes do bebê estão despontando, logo, não conseguimos dormir. Ou há uma infecção no ouvido novamente. Há um malabarismo ininterrupto do tempo. Tempo com as crianças, com nossos cônjuges, com nossos familiares. Tudo isso, além da responsabilidade de moldar jovens vidas. Criar garotinhas para se tornarem mulheres, e rapazes para serem homens – um trabalho de tempo integral por si só.

Não demora muito para que eu falhe não apenas em e-mails não respondidos. Quando consigo arranjar tempo para ver os amigos, ele precisa se encaixar na minha programação diária. “Você pode vir à minha casa quando as crianças estiverem dormindo?”, “Podemos ir a algum lugar próximo à minha casa para que eu possa ajudar a pôr as crianças na cama?”.

E quando conseguimos nos reunir, não demora muito para eu me pegar bocejando às 10 da noite – ansiando por minha cama, ainda que, antes, éramos capazes de ficar conversando e rindo até altas horas da madrugada.

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Tenho que admitir, eu mudei.

Sei que estou sendo péssima como amiga agora, mas prometo que não vai ser para sempre. Estou sobrecarregada, atolada em obrigações relacionadas à maternidade. Meus filhos precisam de mim mais que tudo agora. Mas esta fase da vida não dura para sempre.

Eles crescem rapidamente e precisam menos de nós. Um dia eles aprendem a amarrar seus sapatos sozinhos. Preparam seu próprio desjejum. Eles finalmente limpam seus próprios traseiros.

E por mais deselegante que isso possa soar, eu quero me apegar a isso. Porque as coisas boas também passam rapidamente. Quero me lembrar de suas vozes infantis, do formato de suas pequenas e adoráveis barrigas. Quero tirar o máximo de proveito desta época em que eles pensam que sou a melhor, o ser humano mais divertido e engraçado que já agraciou a terra.

Quando começarem a crescer, terei mais tempo livre. Cedo ou tarde, aprenderei a equilibrar melhor o meu tempo. Possivelmente irei dormir mais, ter noites de sono mais longas. E então, eu prometo, vou ser a boa amiga que eu quero ser. A boa amiga que ainda sou.

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Porque ainda estou aqui. Ainda sou eu. E ainda valorizo a nossa amizade – então, vou responder este e-mail.

Se você puder esperar, prometo que nos veremos em breve.

Este artigo foi publicado originalmente nos sites Heather Dixon’s website e Savvy Mom. Foi traduzido e adaptado por Erika Strassburger, e publicado aqui com permissão.

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