Como lidei com um aborto espontâneo

O aborto espontâneo é o principal medo que toda a mulher tem no início da gravidez.

Caroline Canazart

Quando descobri que estava grávida pela primeira vez, a felicidade foi tão grande que eu queria contar até para quem não conhecia. Era um bebê planejado e esperado. O momento era ótimo, a vida estava maravilhosa e a gravidez só veio confirmar isso.

Dois meses depois algumas dores, desconforto, sangramento e então o aborto espontâneo. O sonho tinha acabado. Lágrimas, tristeza e a pergunta inevitável: “por que comigo?”. Será que eu não tinha o direito de completar a minha família com filhos?

As semanas seguintes foram de desânimo e reflexão. Como em todas as ocasiões precisamos tirar uma lição para a vida, dessa vez não foi diferente. Não importa o tempo que levar, uma hora vamos entender ou simplesmente aceitar o ocorrido. E o que eu, uma jovem com seus vinte e poucos anos, com toda a saúde do mundo, aprendi com essa experiência?

É normal!

Foi isso que ouvi do meu médico e de outros amigos e amigas que queriam me consolar. As estatísticas realmente dizem isso. Não tem um número preciso, mas o fim de cerca de 20% de todas as gestações é um aborto espontâneo. Esse número pode até ser maior já que algumas mulheres podem abortar sem mesmo saber que estavam grávidas. Então essa taxa pode subir para 40 ou 50%.

Viva seu luto

O bebê já fazia parte da família, das conversas e dos planos. Ele já tinha roupinhas, presentes de amigos e um quarto decorado na sua imaginação. Chore, desabafe. É melhor do que guardar o sentimento ruim.

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Fale para as pessoas

Não sinta vergonha do fato de ter tido um aborto espontâneo. Você não teve culpa. É a natureza agindo na sua forma mais plena.

Converse com o seu marido

Divida com ele o que você está sentindo. Deixe-o saber o que se passa dentro de você. Normalmente eles têm boas palavras de conforto e carinho. Lembre-se: ele também perdeu o bebê tão querido e vai saber o quanto você está sofrendo. Conforte-o também.

Não se entregue

Tire todas as dúvidas com o seu médico. Isso vai ser um alívio e uma esperança para uma próxima gravidez. Converse com quem já passou por essa situação e mantenha a cabeça ocupada. Não dê espaço para que esse desafio se transforme em depressão. Se for preciso, consulte um especialista.

Não desista

Espere pelo menos seis meses para tentar novamente uma gravidez, pelo menos é isso que os médicos aconselham. Pense positivo em relação à nova gestação. Eu não desisti e hoje estou no meio dos preparativos para a festa de um ano do meu pequeno milagre.

As frustrações vão fazer parte da nossa vida, não tem como escapar disso apesar de sempre parecer que esses acontecimentos tristes só acontecem com as outras pessoas. As provações vêm para que possamos nos deliciar com as alegrias que estão à caminho. E elas sempre vêm; junto com os filhos que geramos por nós mesmas ou pelos que são gerados apenas pelo coração.

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Caroline Canazart

Caroline é uma jornalista catarinense que optou por ser mãe em tempo integral depois do nascimento dos filhos. Ama escrever e ainda acredita que pode mudar o mundo com isso.