Reconhecendo o sofrimento de uma criança após a morte de um ente querido
Dicas de como reconhecer que uma criança ou adolescente está sofrendo devido à morte de alguém e formas de ajudar.
C. A. Ayres
Dependendo da idade da criança, do entendimento e de seus pensamentos sobre a morte, algumas podem desenvolver sentimentos e comportamentos que precisam de atenção. Segue abaixo alguns comportamentos por idade a serem observados:
0 – 2 anos
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Choro pela perda.
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Pode mudar os hábitos de comer, dormir ou funções corporais.
2 – 6 anos
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A família é seu mundo, então o medo pode surgir.
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Imita adultos.
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Não quer entender ou não entende na hora da morte da pessoa.
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Não pode imaginar a vida sem a mãe ou pai.
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Começa a se comunicar sem palavras, por gestos.
6 – 9 anos
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Personifica a morte como um monstro que o leva embora.
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Dificuldade de entender que a morte pode acontecer a qualquer pessoa, inclusive ele mesmo.
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Acha que a morte é contagiosa.
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Caimento no rendimento escolar. Notas baixas independente se estuda muito.
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Preocupação e ansiedade manifestada por não querer ir à escola, dormir, ou participar de atividades com outras crianças.
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Hiperatividade, desatenção.
9 – 12 anos
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Vê a morte como punição para mau comportamento.
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Desenvolve a moral, forte senso entre o bem e o mal.
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Começa a se interessar pelos fatores biológicos da morte.
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Interessa-se pelos aspectos espirituais da morte.
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Pesadelos ou mudanças nos hábitos de dormir.
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Ataques de raiva que podem escalar de forma destrutiva.
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Adolescentes
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Vê a morte como inevitável, universal e irreversível.
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Roubar, promiscuidade, vandalismo, comportamento ilegal.
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Pensa como adulto.
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Pergunta-se sobre o significado da vida e se tudo acaba com a morte.
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Acha-se invencível, e pensa que não vai acontecer com ele.
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Precisa de alguém para conversar que o ouça.
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Pode sentir culpa, raiva ou responsabilidade pela morte que ocorreu.
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Não sabe como lidar com as emoções, em privado ou publicamente.
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Entende que envelhecer leva à morte.
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Vê a morte como inimiga.
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O respeito aos sentimentos da criança e do adolescente perante a morte, e a empatia por seu luto, confortando-o e permanecendo presente o ajudará a sentir-se seguro.
Deixe as lágrimas caírem, e converse sobre sua tristeza. Nossos filhos precisam entender que expressar nossa dor não tem a ver com fraqueza, tanto para meninas ou meninos. A criança pode expressar, ou ainda achar que ela não é afetada pela perda, isso é normal até que tenha o desenvolvimento apropriado.
Se houver um comportamento destrutivo constante, ajuda especializada será necessária. Tenha certeza que fez tudo o que podia para ajudá-la. Esse é um trabalho de família, onde pais, irmãos, avós podem trabalhar em conjunto para ajudar a criança ou adolescente.
Crianças e adolescentes muitas vezes não diferem de nós, adultos. Elas precisam de tempo para processar as informações, a perda de um ente querido, entendimento, suporte e paciência nesse processo, acima de tudo.
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