Quando os sogros dão palpite e influenciam negativamente a educação do seu filho

A educação do seu filho é de sua responsabilidade. Portanto, cabe a você não permitir que familiares influenciem negativamente, prejudicando os seus esforços.

Suely Buriasco

A influência dos familiares é muito grande no setor das relações humanas, por isso brigas, discussões e desentendimentos geram discórdia e contaminam o ambiente, enfraquecendo os lares. Quando essa influência começa a se manifestar de forma negativa na educação dos filhos, é preciso dobrar a atenção. A ascendência de tios, avós, primos, enfim, pessoas que agem de forma diferente da educação que você deseja dar aos seus filhos deve ser motivo da sua preocupação constante.

Família de origem

Não há dúvida de que a família de origem de cada cônjuge influencia na nova família que foi formada, muitas vezes até de forma inconsciente. Nesta matéria, a psicóloga Catarina Mexia afirma que: “Quer tenhamos consciência disso ou não, o exemplo que provém dos nossos pais influencia-nos profundamente na forma como tratamos os nossos companheiros e educamos os nossos filhos”. O fato é que essa influência nem sempre é positiva para o casal, muito menos para a educação dos filhos.

Acordo entre os cônjuges

É de suma importância que os pais conversem entre si sobre possíveis influências negativas desse ou daquele familiar e estabeleçam conjuntamente a forma de abordagem que usarão tanto para orientar a criança, quanto em relação ao parente. Quando esse entendimento entre os cônjuges não existe, é preciso ainda maior habilidade para não transformar a situação num conflito tão intenso que venha a prejudicar toda a família.

Nesse sentido, listei algumas atitudes fundamentais para lidar da melhor forma possível com o problema:

1. Diálogo com o cônjuge

O ideal é que haja o acordo citado acima, mas caso apenas um dos cônjuges perceba ou queira fazer algo sobre a influência negativa na educação dos filhos, cabe ao incomodado buscar conversar sobre o assunto. Nesse caso, é muito importante citar situações pontuais, sem se estender muito, principalmente quando se trata de familiar do cônjuge. Não falar mal, não criticar, mas dizer de forma simples o que não tem gostado e por quê. É muito importante ser direto e objetivo para não fazer disso motivo de briga para o casal.

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2. Orientação para a criança

Penso que aí está a grande questão, a forma como a situação é abordada com a criança é fundamental para resolver o problema. É preciso persuadir o filho, fazendo com que ele entenda a sua preocupação. Portanto, a linguagem deve ser clara e de fácil entendimento. É importante não deixar de pedir que a criança dê a sua opinião. Desde pequenas, elas sabem se manifestar, por isso não se pode subestimá-las. Proibir é o mesmo que incentivar, mas caso necessite disciplina, é sempre recomendável. Converse com a criança sobre o hábito ou qualquer atitude do parente que você ache nociva, fale de seus sentimentos e preocupações em relação a ela imitar isso.

Exemplo: Um primo desobediente, birrento e agressivo cujos pais permitem todo o tipo de má criação. Inicie perguntando ao seu filho o que ele acha disso, escute o que ele diz e depois faça ponderações que levem a criança a pensar que são atitudes muito desagradáveis e inaceitáveis no ambiente familiar de vocês.

3. Entendimento com o parente

Pode ser que você tenha que esclarecer ao familiar que a educação de seu filho é de sua responsabilidade e que existem coisas que você não vai tolerar. É muito comum, por exemplo, avós que mimam demais e criam hábitos nocivos para a educação dos filhos, entrando em conflito com os pais. É sempre uma situação delicada, mas é importante que esse familiar saiba que você não concorda com isso. Ao falar, tente sensibilizá-lo dizendo que a criança é que vai sofrer as consequências disso, porque você não irá permitir esse ou aquele comportamento.

O importante é que sempre, em qualquer ação, os pais ajam com assertividade e disciplina, esclarecendo seus sentimentos e impondo normas para a educação de seus filhos. Mas não se pode esquecer que estamos tratando de relações familiares, e a afetividade é algo que jamais deve faltar nesse convívio.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.