Quando a vida se torna quase insuportável

Na difícil jornada da vida, muitos de nós (ou quase todos nós) eventualmente enfrentaremos fases muito difíceis de ultrapassar.

Luiz Higino Polito

Tem épocas de nossa vida em que estamos realmente alegres, sadios e animados. A vida parece sorrir para nós. Tudo parece que está caminhando para um futuro realmente promissor e cheio de felicidade. Parece que nada irá nos abalar.

De repente acontece alguma coisa inesperada: um acidente de carro, um assalto violento, uma doença debilitante ou difícil de ser curada, a morte de um ente muito querido, uma separação ou divórcio.

Do lindo céu azul às nuvens de tempestade

Onde antes existia alegria, agora há grande tristeza; onde antes tinha saúde, agora existe medo, dor ou agonia e onde existia ânimo para se viver, agora existe desespero.

Num artigo que escrevi há alguns meses, “Vão-se os anéis, ficam os dedos”, eu contei algumas passagens difíceis de minha vida, como a de quando eu, minha esposa e uma de minhas filhas sofremos um acidente na estrada Bauru-Marília, com perda total do nosso utilitário quando estávamos indo tocar numa cantina de Marília. Nosso prejuízo foi total: perdemos o carro que usávamos para transportar nossos equipamentos musicais, minha esposa passou meses com dor no pescoço e no braço, onde por pouco não ficaram sérias sequelas devido ao corte que fez no cotovelo, a seguradora não reembolsou nada e a justiça acabou favorecendo a causadora do acidente.

Foram meses muito difíceis, mas passaram. Hoje, 9 anos depois, aqueles sofrimentos são só lembranças, pois conseguimos superar tudo aquilo.

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Como superar os traumas da vida

Suely Buriasco, no seu artigo “Como superar traumas e ser feliz novamente”, nos sugere que “é preciso tomar coragem e agir, não se deixando paralisar. A coragem para o enfrentamento de situações traumáticas significa maturidade e não ausência de medo”.

Cada um de nós reage de uma maneira diferente aos traumas e dificuldades da vida, mas seja quão difícil for, devemos ir em frente, de alguma maneira.

Martin Luther King, que enfrentou muitos desafios em sua luta contra o preconceito, disse: “Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito.”

Fazer o possível

Em épocas de doenças e traumas, não devemos ser rigorosos demais com nós mesmos, por não estarmos conseguindo fazer o que fazíamos normalmente antes, quando estava tudo bem. As pessoas que nos cercam são, de forma geral, compreensivas conosco quando passamos por momentos muitos difíceis. Por isso, não devemos sentir culpa por não estarmos fazendo as coisas que conseguíamos fazer antes.

Há fases da vida que são mesmo quase insuportáveis. Nestas situações, dúvidas e medo enchem nosso coração. O desejo de se socializar, de fazer coisas que gostávamos de fazer, desaparece quase que totalmente. O futuro parece negro e incerto. Mas devemos lembrar que nesta vida, tudo passa. Alguém até disse que a “única coisa permanente, são as mudanças”. O que hoje parece quase o fim, será superado no momento certo. Se necessário, busque ajuda com profissionais da área de saúde. Acredite no ditado que diz que “não há mal que sempre dure”, embora esse mesmo ditado também nos alerte de que não existe “bem que não acabe”.

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A verdade é que tudo é passageiro nesta vida. O importante é nunca desistir dela.

Todos os que já voaram de avião sabem que, por mais escuras e assustadoras que sejam as nuvens que vemos no céu, acima delas o sol continua a brilhar com todo o seu esplendor.

Por favor, nunca desista.

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Luiz Higino Polito

Casado, pai de três filhos e avô de quatro netos, estudei oratória e didática. Gosto muito de escrever. Profissionalmente, sou músico e tenho um Sebo Virtual, onde vivo com minha esposa e cercado de livros!