Não se esqueça de apaixonar-se por si mesmo primeiramente

É importante desenvolver o aprendizado da autoestima antes de apaixonar-se pelo outro, evitando o equivoco de projetar nele o que realmente queria para si mesmo.

Suely Buriasco

As pessoas se apaixonam por outras pelos atributos que enxergam nelas. Apaixonam-se pelo olhar, pelas atitudes e pela maneira que os outros desenvolvem a sua vida. Muitas vezes a paixão pelo outro gera decepções porque projetamos nele o que e como gostaríamos de ser e não, exatamente, como ele é. Esse equívoco provoca, não raramente, grande sofrimento, pois compromete as relações, chegando mesmo a colocar fim nelas.

Você não pode dar o que não tem

Quer viver uma grande paixão por alguém? Então não se esqueça de apaixonar-se por si mesmo primeiramente. Para externar qualquer sentimento, necessariamente, você precisa tê-lo em você. Mário Quintana, em seu lindo poema “Aprenda a gostar de você”, nos lembra da necessidade de voltarmos inicialmente nosso olhar para dentro de nós mesmos: “Aprenda a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você…”Quando a pessoa não gosta de si mesmo, não tem atributos para atrair o amor e acaba sofrendo por não ser correspondida.

Gostar de si é um aprendizado

Aprender a gostar de si mesmo é o primeiro passo na busca de relacionamentos felizes. Desenvolver a autoestima é fundamental nesse processo pelo qual aprendemos a gostar da pessoa que somos, do que fazemos e como levamos a nossa vida. Quem gosta de si mesmo procura viver em conformidade com o que acha certo e dá prioridade ao que realmente considera importante. No aprendizado do autoamor a pessoa oferece a si mesmo aquilo que é bom, que faz bem, que a faz crescer e ser feliz. E então, estando satisfeita consigo mesma, vive apaixonadamente, sentindo-se merecedora de amor.

Não depender do outro

É preciso assumir a responsabilidade por nosso bem-estar e viver de forma a não precisar dos outros. Ainda no mesmo poema citado acima, Mário Quintana diz: “Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela“. Isso significa que se você não depende do outro se torna apto a compartilhar felicidade com ele. Segundo escreveu em seu blog “Os Sentidos da Felicidade”,

a psicóloga e professora Angelita Corrêa Scardua: “Basicamente, o que distingue os felizes dos não felizes é a confiança na capacidade de conduzir a própria vida. Sentir-se responsável pelas próprias escolhas, dispondo-se a assumir as consequências disso, estimula o desenvolvimento de potencialidades como o otimismo, a criatividade, a coragem, a fé, a autoiniciativa, a tolerância e a autocrítica. Tais características são fundamentais para a experiência da felicidade; e o melhor de tudo é que elas não dependem de ninguém, só da gente!“.

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Viver uma paixão

Claro que sendo seres sociais, almejamos viver em sociedade, partilhando nossas experiências com outras pessoas. Gostar de si mesmo e não depender de outra pessoa para ser feliz não significa que podemos nos bastar ou ser feliz sozinho. O que é preciso aprender é que gostando de nós mesmos valorizamo-nos como pessoas merecedoras de respeito e amor; é dessa forma que construímos relacionamentos felizes e duradouros.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.