Meu filho adolescente vai ser pai. E agora?

A adolescência não deve ser o momento certo para um rapaz exercer a paternidade, já que ele não tem maturidade o suficiente para fazê-lo, mas se acontecer, cabe aos pais ajudar os filhos a assumirem essa responsabilidade.

Roberta Preto

Todos nós um dia fomos adolescentes e, com certeza, tivemos nossa rebeldia. Mas a vida adulta e suas responsabilidades às vezes não nos permite lembrar como éramos e com isso acabamos por sermos exagerados demais com nossos filhos adolescentes.

A adolescência é um dos momentos de descobertas e curiosidades para eles e a mais desafiadora para os pais. Os filhos tendem a se aventurar nas coisas que o mundo oferece, e os pais nem sempre se encontram preparados para direcioná-los.

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O grande desafio dos pais é de ensinar aos filhos sobre a sexualidade. Se os pais se constrangem ao fazê-lo, os filhos acabarão por buscar em outros lugares aquilo que cabe aos pais ensinar; já outros acabarão por descobrir através do ato, e infelizmente os resultados não serão agradáveis. As escolas são um grande apoio na vida dos alunos e pode ser na vida dos pais também. Se houver parceria de ambos, a preocupação dos pais e dos professores são sempre o bem-estar dos adolescentes. Mas é preciso se informar se a escola compartilha dos mesmos padrões relacionados à sexualidade que os pais. O sexo na adolescência, não deve ser incentivado. É preciso diálogo aberto para explicar as consequências do sexo prematuro.

Hoje, cresce o número de pais adolescentes. E pela falta de preparo e maturidade, alguns nem se importam com os filhos. Tanto a maternidade quanto a paternidade devem ser evitadas na adolescência, já que ambos não possuem estrutura para manter uma família. As crianças precisam e merecem ter o direito de nascer dentro de um lar, onde haja pais prontos para amá-las e se responsabilizar por elas. E não nascer dentro de uma casa onde uma criança tenha que cuidar de outra.

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Todo adolescente deveria evitar a paternidade, ele pode! Mas se o rapaz engravidou uma moça, cabe aos pais ajudá-lo a assumir essa responsabilidade. Com essa ajuda aos poucos ele poderá se conscientizar de seus compromissos e se tornar um adulto maduro. Algumas etapas da vida desse rapaz serão perdidas, esse é o preço a se pagar, no entanto, se ele o fizer receberá grandes recompensas que proporcionam a um pai de família.

Um rapaz de 16 anos relatou sobre sua experiência de ter sido filho de pais adolescentes. Ele disse: “Na minha infância, tive minha mãe como pai e mãe, ela foi minha educadora, apesar da pouca idade; abriu mão de tudo na vida pelo meu bem-estar e nunca me deixou sozinho. Ela esteve presente em cada passo que eu dava. Tudo o que sei devo a ela. Somos amigos e sei que não preciso mentir para ela. Meu pai é mais um irmão mais velho, ele não esteve comigo nos momentos de dificuldades, não foi ele que proveu meu sustento, mas foi por minha mãe que sempre aprendi a respeitá-lo como meu pai. Ela sempre me dizia: ‘Não importa quem ele escolha ser ou as coisas que ele tenha feito, ainda sim, ele sempre será o seu pai.’ Hoje percebo que não foi culpa dele, não assumir as responsabilidades comigo, o problema é que naquele momento ele só era um garoto como eu sou hoje. Agradeço a Deus por ter uma boa mãe e mais grato ainda por ela não ter desistido de mim, mesmo diante da pouca idade. São pelas experiências de meus pais que sei o cuidado que preciso ter quando me relaciono com alguém. Não quero cometer o erro de meus pais, sei o quanto isso custou, já que o relacionamento deles não durou mais que 8 meses. E, se eu desejo um dia ter um relacionamento duradouro, eu preciso esperar o tempo certo e fazer da forma certa.”

Sabemos que é desesperador receber uma notícia tão dura que acarreta preocupações diante do futuro dos filhos e, principalmente, quando se descobre que há um neto a caminho; mas, através da calma, da boa comunicação, diante das situações difíceis, os filhos encontrarão nos pais o apoio de que precisam e saberão o que é uma família de verdade, porque não se sentirão sozinhos.

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Roberta Preto

Roberta Preto, 33. Formada como tradutora e intérprete, escritora, mãe. Apaixonada pela vida, em uma eterna busca por conhecimento. Espero que minhas palavras possam ser uma luz na vida das pessoas. Sonho em ajudar a humanidade a tornar-se livre da escravidão da ignorância.