Família unida: Envolvendo o cônjuge na criação dos filhos

“Não basta ser pai tem que participar”. Os primeiros seis anos são fundamentais para a constituição da pessoa.

Beth Proenca Bonilha

Quando falamos em criação dos filhos, normalmente é a mãe a referência da educação e cuidados do filho e o pai é referência de provedor. Os dois juntos dão amor, proteção e segurança ao filho.

Feliz a família em que este cenário é a base, pois toda criança deve estar sempre acompanhada de um dos pais principalmente em seus primeiros anos de vida. Pesquisas comprovam que a forma como o adulto se relaciona com o mundo é o resultado da relação que teve na infância com seus pais.

O médico e psicoterapeuta do Hospital da Clinicas da FMUSP João Augusto Figueiró explica:

“(…) os primeiros seis anos são fundamentais para a constituição da pessoa. Achados recentes da Neurociência oferecem evidências de que acontecimentos precoces de natureza física, emocional, social e cultural permanecem inscritos por toda vida nas conexões sinápticas (…). Todos nós construímos um mapa de realidade a partir das experiências vividas na infância”.

Com essas evidências não fica difícil entender as razões do aumento da violência no mundo. Os pais precisam rever as condições em que estão criando seus filhos.

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Criar é mais do que dar algo material

O consumismo tomou conta dos interesses das pessoas e cada vez mais pais e mães estão saindo para jornadas de trabalho cada vez mais extensas e assim seus filhos ficando cada vez mais sem a influência da família e sendo criado pela televisão, internet, moda, amigos, ídolos e tantas outras coisas que o mundo oferece.

O envolvimento dos pais na criação do filho é de fundamental importância para que ele faça as escolhas certas no momento de decisão.

Há alguns anos uma empresa de pomada para contusões elaborou uma campanha de marketingem que um garotinho tinha um jogo de futebol e acorda o pai logo cedo, provavelmente um sábado. O pai cansado se levanta e acompanha seu filho e mesmo debaixo de chuva fica ao seu lado todo o tempo. A frase de promoção dizia: “Não basta ser pai tem que participar”.

Essa frase tem um grande impacto quando dita a alguém e demonstra a grande responsabilidade de criar um filho.

Como envolver o cônjuge que está distante

Se um dos pais está menos envolvido na criação dos filhos, principalmente na primeira infância que vimos ser a base de seu desenvolvimento, deve ser sensibilizado a repensar e a organizar sua vida para que possa dar a atenção que o filho precisar.

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  • Não assuma toda a frente sobre as decisões relacionadas ao seu filho. Envolva seu cônjuge na escolha da escola, nas compras de roupas, nas atividades de lazer, etc.

  • Promova momentos em que a responsabilidade com o filho esteja sobre o cônjuge menos ativo, como ir à reunião da escola, levar ao médico e ajudar nas lições de casa.

  • Pais conversem a respeito da criação e desenvolvimento de seus filhos, ajude o cônjuge menos envolvido a entender a importância da participação do pai e da mãe de forma efetiva na criação.

  • Se necessário procure a ajuda de profissionais como psicólogos e terapeutas familiares.

Porém, a melhor forma de a família se dedicar para a harmonia e desenvolvimento sadio de todos ainda é a velha e boa conversa, podendo ser realizada em momentos especiais como designar um dia na semana em que toda a família esteja reunida e possam conversar, brincar e fazer atividades juntos. Essa prática pode se tornar uma tradição na família além de fortalecer o relacionamento de confiança e amor.

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Beth Proenca Bonilha

Graduada em Administração de Empresas com MBA em Empreendedorismo. Casada mãe de 6 filhos, avó de 2 netos. Atua profissionalmente como Analista Instrutora da Educação Empreendedora no SEBRAE - SP. Como hobby gosta de artesanato, música e leitu