Este é o maior assassino do amor dentro do casamento

O ressentimento tem uma cura fácil: as pessoas fazem coisas, você escolhe se permitirá que lhe causem dor.

Erika Otero Romero

O amor é frágil. Você pode pensar que o casamento é a consolidação máxima de um casal, mas isso nem sempre é assim. A realidade é que, assim como um filho não amarra ninguém, um anel e uma promessa no altar ou diante de um juiz tampouco o faz.

Escrevemos muito sobre o amor como uma planta que requer cuidados diários. Se você não dá a uma planta água suficiente, sol, vitaminas e sombra, ela vai se danificar; é o mesmo com o amor.

É claro que não somos perfeitos. Todos cometemos erros, uns mais graves que outros; apesar disso, sempre podemos reparar o dano causado. No entanto, há pessoas que, por orgulho ou vergonha, são incapazes de reconhecer para seus parceiros que cometeram um erro.

Essas pessoas tendem a fingir que nada de mal aconteceu entre elas e seus cônjuges. A verdade é que, embora estejam cientes dos seus erros, o orgulho impede de reconhecer. É nestas situações que o ressentimento toma as rédeas da relação. Pode não se notar a olho nu, mas vai deixando marca no casamento pouco a pouco.

Ressentimento, veneno que mata qualquer relação

O ressentimento é um sentimento constante de mal-estar e raiva de uma pessoa por considerá-la causadora de uma ofensa grave. Manifesta-se em ações de reparação, atitudes negativas e/ou palavras que evidenciam o incômodo constante que gera.

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O problema com o ressentimento é que nos faz reviver a ofensa. É como se caísse sal constantemente em uma ferida que jamais cura.

O triste é que estando a solução nas mãos dos cônjuges, passam dela. Fazem-no porque o orgulho pode; têm dificuldade em reconhecer que cometeram um erro e preferem evitar a responsabilidade pelas suas ações.

Claro que reparar os danos de um erro é relativamente fácil. O verdadeiro problema é quando a parte que ofendeu se recusa a fazê-lo. Às vezes, acreditam que o tempo curará as feridas; isso é um grave erro, elas vão se tornar maiores.

Expressões de ressentimento

Há dois tipos de erros dentro de toda relação humana: as falhas de que somos conscientes e as de que não somos. Seja qual for o caso, as pessoas podem reparar os erros, mas não querer fazer isso já é outra questão.

Ora, o ressentimento pode manifestar-se de diversas maneiras:

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Pode ser através de gestos que passam despercebidos, sarcasmo, comentários carregados de reprovação etc. E a intensidade dessas expressões pode ir de menor a maior, dependendo do erro.

Pior ainda, o ressentimento é cumulativo. Se o parceiro que cometeu o primeiro delito continuar a cometer erros sem reconhecer, a pessoa afetada vai piorar sua atitude. Isto pode desencadear problemas mais graves e até mesmo violência.

Apesar de tudo isso, a boa notícia é que essa situação pode ser superada e, assim, salvar o casamento.

Como se supera o ressentimento?

Dando um passo de cada vez:

1 Reconhecer a causa

Quando você reconhece o que lhe magoou profundamente, começa a se curar.

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Seu cônjuge pode machucá-lo com algo como não dar um beijo de despedida. Sim, há pessoas que se incomodam com isso. O ponto é que reconhecer isso lhe dá o poder de compreensão de que você precisa para dar um lugar adequado a essa situação.

2 Tornar-se consciente

Isso só se consegue de uma maneira: falando do que incomoda.

Quando uma pessoa assume que o seu cônjuge está chateado com algo que fez, eles têm que falar sobre isso. Ao fazê-lo, o casal percebe se foi uma ação consciente ou não.

Isso desencadeia uma série de acordos que levam ambos a procurar uma reparação dos danos.

3 Aceitar não é igual a perdoar

Isso deve ficar claro. Aceitar que você errou e feriu seu parceiro não é o mesmo que pedir perdão.

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Quando se pede perdão de coração, evita-se de todas as maneiras possíveis voltar a cair no mesmo. Além disso, conserta os danos de uma forma que deixará seu parceiro satisfeito.

4 Afaste-se, mas na medida certa

Agora, suponha que seu parceiro acabou de machucá-lo. Você precisa de tempo e espaço para não se deixar levar pela dor. Também não quer cair no erro de tratá-lo mal por “vingança”; então se distancia.

Obviamente, quem falhou vai perceber que algo fez com que você se irritasse. A ação a se tomar depende dele ou dela. A questão é que você está tentando fazer o que pode para não se amargurar, e isso é válido.

No entanto, tente fazer com que a sua atitude de distanciamento não tome poder na relação, porque pode causar danos maiores. Tente se reaproximar assim que a sensação de desconforto se acalmar e fale sobre o que causou a sua distância.

5 Dê a importância que o fato merece

Sejamos francos, às vezes nos incomodamos por ninharias, seja porque o outro se esqueceu de levar o lixo e o deixou acumular na semana, mas, há coisas piores que essa.

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Dê à situação “ofensiva” o lugar que merece e não exagere as coisas. Muitas vezes, fazemos coisas que não têm a intenção de prejudicar ninguém. Em outras ocasiões essa ação ou atitude que jamais lhe incomodou tirou você do sério nesse dia. Veja se vale a pena fazer cara feia para seu parceiro.

É só uma questão de não aumentar o que não merece atenção.

Por último, o convívio conjugal pode tornar-se mais agradável quando o casal sabe enfrentar os problemas. É tão simples como abraçar um problema de cada vez. Quando se fala de um dilema enquanto ainda está recente, evita-se a acumulação de rancor.

É só uma questão de resolver os problemas através de uma boa comunicação.

Traduzido e adaptado por Stael Pedrosa do original Este es el mayor asesino del amor dentro del matrimonio

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Erika Otero Romero

Erika é psicóloga com experiência em trabalhos comunitários, com crianças e adolescentes em situação de risco.