Ela perdeu a batalha contra o câncer, mas mudou completamente a vida de toda uma comunidade

Conheça a história de Nicole K. Peterson. Um anjo que abençoou a vida de uma família e toda uma cidade.

C. A. Ayres

James e Cathy Peterson construíram uma família admirável, com disciplina e amor ao Senhor. Quando a filha mais velha se casou, Cathy teve uma surpresa: engravidou do sétimo filho. Quando descobriram que era uma menina, a filha mais velha deu a ideia do nome: Nicole. E Nicole nasceu para a alegria da família.

Aos 4 meses de idade, em novembro de 2011, Nicole apresentou infecção no ouvido que, mesmo sendo tratada com antibiótico prescrito pelos médicos, não passava. Sua mãe estava esgotada e seu pai também, após passar várias noites cuidando dela para que a mãe descansasse um pouco. Depois de alguns dias, Cathy viu inúmeros pontos roxos no corpo de Nicole, e assim que o marido chegou em casa, resolveram aguardar até a manhã seguinte para levá-la ao médico.

À noite naquele mesmo dia, após a mãe amamentá-la, Nicole regurgitou o leite com uma pequena quantidade de sangue seco, o que fez os pais ligarem imediatamente para o médico, que recomendou-lhes levá-la ao hospital.

Poucos minutos após retirarem uma amostra de sangue para teste no hospital, o médico da Emergência veio comunicar ao pai que Nicole seria transferida para um hospital de crianças com câncer, que ela provavelmente tinha leucemia ou alguma outra doença no sangue.

Seu pai, James, relata: “Meu mundo simplesmente desintegrou sob meus pés. Não havia lágrimas, nem emoção, apenas perguntas sem respostas, muito do nada. Eu não me lembro se eu disse algo. Depois que a vi partir sendo levada ao hospital, chorei. Eu estava em choque. Corri para casa para buscar Cathy e irmos ao hospital do câncer infantil. Aquela foi a mais longa viagem que fizemos até aquele hospital. Em nossas orações pelo caminho, pude ouvir claramente do Senhor, “Vocês a terão por um tempo.” O que Ele queria dizer com isso? Horas, dias, anos? Nenhuma resposta. “

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Ao chegarem no hospital, os oncologistas confirmaram o diagnóstico inicial de leucemia, mas de dois tipos diferentes, e estavam tentando estabilizá-la para realizar a cirurgia de inserção de linhas centrais conectadas à diálise, quimioterapia.

Depois de várias sessões de quimioterapia, infecções e uma busca incessante para um doador, foi encontrada uma pessoa que era compatível. O transplante aconteceu em 25 de maio de 2012, aos 10 meses de idade.

Foram meses de recuperação e aprendizado, terapias e acompanhamento. Em junho de 2013, todos os medicamentos tinham finalmente sido eliminados, ela tinha um ano após o transplante e tudo parecia sob controle. No final daquele ano, a vida familiar finalmente começou a voltar ao normal.

Infelizmente, por pouco tempo. No começo de fevereiro de 2014, Cathy noticiou um pequeno inchaço na têmpora de Nicole em forma de um pequeno ovo. O médico da família contatou o oncologista de Nicole e uma tomografia e biópsia foram realizadas.

O resultado: Nicole tinha novamente leucemia. Ela foi internada novamente no hospital do câncer em 12 de fevereiro de 2014. Eles começaram a quimioterapia na noite seguinte, e as chances novamente se resumiam a um segundo transplante de medula.

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Após muitas semanas de testes e tratamentos seguidos, o pai James foi considerado compatível. Seu pai, James, relatou “Eu entrei no mundo do câncer infantil e isso mudou a minha vida para sempre.”

A preparação foi longa, e o segundo transplante aconteceu em 17 de junho de 2014.

O acompanhamento posterior incluiu inúmeros tratamentos, exames, tomografias e os médicos e enfermeiros estavam cuidando de Nicole por semanas no hospital do câncer.

Mas, algo não esperado aconteceu. Devido à quantidade elevada de sessões de quimioterapia, o coração de Nicole enfraqueceu. Seu corpo não produziu plateletas suficientes e seu coração começou a bater forte e rápido demais. Em 18 de outubro, num exame de estresse, os resultados normais seriam entre 0 e 10. O coração de Nicole apresentava um resultado de 5.000. Isso significava que o coração estava falhando, e uma vez o coração falhando, outros órgãos começariam a falhar, e Nicole morreria de falha nos órgãos. A família então resolveu seguir a orientação dos médicos e fazer uma última tentativa: colocá-la em coma induzida para que pudessem retirar a pressão sobre o coração e estabilizar seu estado médico, e foi o que fizeram, e os resultados começaram a fazer efeito. Lentamente, mas o prognóstico era otimista.

James, Cathy e sua linda família são meus vizinhos. James é muito amigo de meu marido e nós os acompanhamos muitas vezes, bem como toda nossa vizinhança ajudou com o que pode, em refeições para a familia e muitas outras coisas durante esses 3 anos onde Nicole passou a maior parte de sua vida no hospital.

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Nicole gostava de vir a minha casa brincar com nosso cachorro. Era um dos poucos momentos que seu pai a via sorrir.

No dia 27 de outubro de 2014, eu e meu marido estávamos na cozinha, justamente falando sobre o estado de Nicole que estava em coma induzido no hospital, quando James ligou para meu marido para dar a notícia de que Nicole havia falecido poucos minutos antes.

Seu coraçãozinho não aguentou e parou.

Nicole faleceu no mesmo dia de Ethan Mendenhal e Ethan VanLeuven, dois outros garotinhos com leucemia que faleceram com diferença de horas entre eles. Também cobrimos a história de VanLeuven no artigo Uma cidade inteira celebrou o Natal em outubro para alegrar um menino de 4 anos com câncer terminal.

Nós celebramos também cada dia que tivemos com Nicole. O Senhor precisava muito de vários anjos no céu naquele dia.

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Se você lê em inglês e gostaria de conhecer todos os detalhes da história dos 3 anos de Nicole, visite o blog Our Little Nicole.

No anúncio do funeral de Nicole, seu pai James escreveu, “O nome Nicole significa “vitória do povo”. A vida de Nicole e de nossa família foram muito abençoadas por tantos sacrifícios e serviços prestados por tantas pessoas. Somos gratos por tê-los em nossa vida, e por terem sido as mãos de Deus ministrando a nossa família. Nicole tocou muitas vidas, através de sua alegria imensa e olhos penetrantes. Nicole é a menina que viveu. Nós sentimos sua falta, princesinha, e aguardamos o dia que poderemos juntos novamente estar.”

Seus pais me pediram para que eu fizesse este vídeo a partir de uma coletânea de fotos. Consegui felizmente finalizá-lo, entre muitas lágrimas, porque, afinal ela também mudou completamente a minha vida. As músicas usadas também eram as preferidas de Nicole. No funeral, as músico-terapeutas que cantavam para ela no hospital, cantaram também a música do filme da Disney “Frozen”, “Let it Go”, que ela aparece cantando um trecho no vídeo.

O que mais me surpreendeu nisso tudo é que seus pais, sua família toda, composta por irmãos e outros parentes dos pais, ninguém, absolutamente, perdeu ou enfraqueceu sua fé. Quando ele nos ligou para avisar que Nicole havia falecido, ele disse ao telefone, apenas alguns minutos depois de ela dar o último suspiro: “O Senhor concluiu que Nicole terminou sua missão nesta terra. Nós ainda precisamos continuar mais um pouco”. Um verdadeiro exemplo de fé no Senhor. Toda a jornada da família e como eles lidaram com cada detalhe da situação não foi fácil, mas estiveram ainda mais unidos e firmes na fé. Isso fortaleceu a minha fé, de minha família e mudou a vida de toda nossa comunidade. Aprendemos a dar valor ao que realmente importa nessa vida.

Abrace seus filhos mais forte hoje. Agradeça por tê-los com você. Nunca sabemos quando será a última vez que teremos aqueles que amamos conosco nesta vida. E a separação, mesmo que momentânea, é bastante dolorida.

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C. A. Ayres

C. A. Ayres é mãe, esposa, escritora e fotógrafa, pós-graduada em Jornalismo, Psicologia/Psicanálise. Visite seu website.