É isso que acontece com seu corpo quando você fica muito tempo sem comer

Não se sabe ao certo quanto tempo uma pessoa pode ficar sem ingerir qualquer comida. Geralmente 50 dias, mas tem gente que chega a 70 dias.

Stael Ferreira Pedrosa

Todo mundo sabe que o corpo humano é saudável ou não, em parte (em grande parte) como resultado direto do que se come, ou do que não se come. Por isso nenhum dos extremos – comer demasiado ou não comer – são indicados quando se trata de saúde.

Fato é que algumas horas sem comer já causam efeitos no corpo. Quando pulamos uma refeição já é possível notar-se irritação, certa confusão mental, tremores e cansaço devido à hipoglicemia, que ocorre quando baixam os níveis de açúcar no sangue. Para evitar a hipoglicemia, o certo é fazer 3 refeições no dia e de preferência no mesmo horário.

Não se sabe ao certo quanto tempo uma pessoa pode ficar sem ingerir qualquer comida, isso varia muito de acordo com o peso, já que os gordinhos têm mais reservas armazenadas, a idade – crianças e idosos sucumbem mais cedo – o clima, acesso à água, etc., no entanto, especialistas dizem que o máximo que se pode ficar sem comer são 50 dias.

O que acontece quando ficamos sem comer?

Se você pensou: “morre…”, está certíssimo. Este vídeo mostra o que acontece e faz um apelo ao final. Vale a pena ver e constatar que do momento em que não recebe alimento até a hora final o nosso corpo passa por etapas nada fáceis. Veja abaixo:

Até 6 horas

6 horas de jejum não é muito. A maioria das pessoas já passou por isso. O organismo continua trabalhando normalmente transformando glicose em glicogênio.

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Entre 6 e 24 horas

O corpo queima gordura para se manter funcionando, é a chamada “cetose”. Liberamos cetona na urina, fezes e respiração – daí o motivo do mau-hálito. É plenamente saudável quando a cetose vem da privação de carboidratos como nas dietas zero ou low carb, e muito ruim quando vem da desnutrição ou cetoacidose diabética (assunto para outro artigo). O humor já dá sinais de irritação. Passando desse período pode ocorrer desmaios.

Até 72 horas

O cérebro já começa a sentir a falta de glicose e reduz seu trabalho a 75-60%. Irritabilidade e sonolência moderada. As reservas do fígado são acionadas, o metabolismo desacelera e começam a ocorrer alterações hormonais.

4 dias

O corpo faz o possível para o cérebro se manter ativo. Já consumiu a glicose e parte da gordura armazenada pelo fígado, continua a quebrar as células de gordura para transformar em energia. Por essa altura já começa a utilizar as proteínas dos tecidos na busca por energia. É como se o corpo começasse a comer a si próprio, quebrando as proteínas em aminoácidos e convertendo em glucose. Nota-se dores de cabeça, vertigens.

Entre 1 e duas semanas

O corpo luta desesperadamente para conseguir energia. Queima o que encontra pela frente, qualquer resquício de energia em músculos e tecidos. Já está muito fraco e poupa energia onde for possível, inclusive no fechamento ou cicatrização de feridas (se houver feridas, podem gangrenar) e diminuindo a temperatura corporal. A morte pode ocorrer devido à baixa imunológica que deixa o organismo sujeito a contrair doenças, e também à possibilidade de infarto e à desnutrição aguda, pois o corpo começa a perder vitaminas e sais minerais. Geralmente o que mata nas greves de fome é a insuficiência cardíaca. Os tecidos do coração ficam muito débeis para bombear o sangue, e o resto do corpo entra em colapso.

Entre 3 semanas e 50 dias

A essa altura somente sobrevive quem tem gordura acumulada e acesso à água. Se houver reservas capazes de manter o cérebro funcionando, é possível sobreviver até por 70 dias. Caso contrário, é morte.

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O mais triste é saber que milhões, mais exatamente 815 milhões de pessoas em todo o mundo passam por isso. No outro lado da moeda, a obesidade mundial mais do que dobrou entre 1980 e 2014. Em 2014, 600 milhões a mais de pessoas estavam obesas, o equivalente a 13% da população adulta mundial.

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Stael Ferreira Pedrosa

Stael Ferreira Pedrosa é pedagoga, escritora free-lancer, tradutora, desenhista e artesã, ama literatura clássica brasileira e filmes de ficção científica. É mãe de dois filhos que ela considera serem a sua vida.