Como podemos amar a nós mesmos

Considerações acerca do que seja amar a si mesmo e da importância de desenvolver esse sentimento no sentido de vivermos melhor e mais satisfeitos com nós mesmos.

Suely Buriasco

O autoamor é elemento fundamental na conquista da felicidade que todo o ser humano almeja; assim todo o empenho nesse sentido se justifica. A importância do amor por si próprio ainda é pouco entendida; muitos não se deram conta de que só aprendemos a amar a partir do desenvolvimento desse sentimento em nós mesmos. Quem ama alguém, ama tanto a si mesmo que transborda esse sentimento a outrem.

Desenvolvendo a autoestima nos colocamos aptos a nos admirar a ponto de iniciarmos o processo do autoamor que é muito mais intenso.

Pela importância do assunto, melhor fazer algumas considerações:

1) Autoamor

Precisamos distinguir autoamor do que se costuma chamar de amor-próprio fazendo referência ao orgulho assoberbado. O autoamor é essencial para que possamos nos expor ao mundo com coragem e confiança. Corresponde a satisfação que sentimos por agirmos bem com nós mesmos e com os outros. Amar a si mesmo é sentir-se satisfeito consigo mesmo, tem a ver, pois, com o proceder e o crescimento pessoal.

2) Egoísmo e orgulho

Muitas pessoas pensam que amar a si mesmo é uma versão do egoísmo relacionada com o orgulho; importante esclarecer que não é disso que estamos tratando. O egoísta quer tudo para si mesmo, em detrimento ao outro; o orgulhoso não admite suas deficiências. Quem se ama quer o bem para si e se felicita em distribuí-lo aos outros; também sabe compreender as próprias deficiências, trabalhando para superá-las, aprimorando-se sempre. O egoísta e orgulhoso ainda não aprendeu a amar!

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3) Autodepreciação

Aquele que não ama a si próprio, não reconhece em si qualidades e talentos e se acha inferior ao resto do mundo. Alguns se revoltam e se tornam arrogantes, sendo essa a maneira que encontram de abafar o sentimento de desprezo que sentem por si próprios. Outros, temendo ainda externar suas fraquezas, tornam-se subservientes, não se sentindo bons suficientemente para merecer amor; empenham-se desesperadamente em satisfazer desejos alheios como forma de garantir afeição. Pessoas que não se apreciam não conseguem amar verdadeiramente o outro, pois seu amor será sempre revestido de medo.

4) Sinceridade

A consciência do que somos e do que queremos conquistar só nasce a partir de uma profunda reflexão acerca de nossas qualidades e defeitos. Não existe autoamor sem sinceridade; podemos mudar nosso conceito em relação às coisas, mas nunca conseguimos enganar a nós mesmos. Esse olhar compreensivo e tolerante para o próprio ser pode fazer toda a diferença no sentido da remissão de nossos erros. Somos únicos e especiais, mesmo que tenhamos nos desviado de nossos valores, podemos retomar o caminho que realmente nos faça sentir satisfação de ser o que somos. Errar faz parte de nosso processo evolutivo e se formos capazes de superar nossos fracassos, estaremos nos dando nova oportunidade e certamente nos admiraremos por isso.

Alcançamos a plenitude do autoamor quando admiramos sinceramente nossos atos, mantemos a consciência tranquila e agimos em conformidade com nossos valores, crenças e aptidões.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.