Como eliminar a violência

Pensar em maneiras de eliminar a violência do mundo é muito importante, mas é essencial que esse trabalho comece na eliminação da violência interior de cada um.

Suely Buriasco

Muitas são as discussões e os estudos no sentido de buscar estratégias para diminuir a violência no mundo. Saber que existem muitas pessoas envolvidas na implantação da paz é um estímulo para que pensemos em ações pessoais para engrossar essas fileiras pacificadoras.

Mas, além desses importantes movimentos, existe um trabalho particular no sentido de buscar a paz que tem a ver com escolhas e decisões de cada um; é a busca de eliminar a violência em nós mesmos. Vale muito refletir:

  • Num mundo onde se vê cotidianamente atos extremos de violência é preciso muito cuidado para não se tornar insensível e desconsiderar as próprias atitudes violentas, mesmo que ínfimas. É essencial manter a atenção para distinguir qualquer aspecto violento da personalidade, a fim de direcionar esforço no trabalho de transformação.

  • Nesse empenho, além do autoconhecimento, tem papel relevante o enriquecimento moral, através da busca da espiritualização. Assim, estimular continuamente o bem interior, trabalhar pelo autoaprimoramento, fazer o bem e evitar o mal são caminhos que levam a pacificação. Toda transformação moral exige grande esforço, entretanto, a consciência dessa dificuldade não deve ser causa de desânimo, muito pelo contrário, deve representar grande estímulo, pois é um desafio a ser vencido.

  • Eliminar as pequenas atitudes inconvenientes e hábitos agressivos é uma maneira prática de evitar a tendência de agir com violência. Por isso é fundamental que se faça um exame de consciência periódico a fim de identificar falhas e desenvolver estratégias de mudança. Esse exame tem igualmente por finalidade reconhecer os avanços obtidos e motivar-se para a continuidade da tarefa de melhoria interior.

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  • O envolvimento com emoções negativas, como a mágoa, alimenta a raiva que faz emergir a agressividade. Assim, desligar-se dessas emoções, em qualquer circunstância, é sempre um comportamento saudável. É importante não deixar que a raiva tome conta dos pensamentos e, por consequência, das ações. Em momentos de crise é sempre recomendável tomar distância emocional do problema; separando a emoção da razão é mais fácil encontrar solução pacífica.

  • Uma maneira de controlar a agressividade é também buscar compreender as outras pessoas e prevenir conflitos pela prática da empatia. Colocando-se no lugar do outro é possível controlar mais facilmente os ímpetos agressivos. Esse exercício proporciona ótimos resultados, mas requer grande esforço e sinceridade de ideal.

  • A verdade é que tudo isso podemos fazer no sentido de realmente dirigir a própria vida. Nada pode ser mais edificante do que a consciência da responsabilidade de nossos atos e a condução segura de nossa trajetória rumo à felicidade e realização plena.

Muito oportuna as palavras de Martin King: “Uma das coisas importantes da não violência é que não busca destruir a pessoa, mas transformá-la”.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.