Como cultivar um relacionamento saudável entre meios-irmãos e enteados

Dicas preciosas para aprender a viver em harmonia com filhos de outro casamento dos pais.

Beth Proenca Bonilha

Hoje em dia é muito comum encontrar famílias mistas, ou seja, pais que vêm de outro casamento já com filhos. Essa união nem sempre acontece de maneira a refletir benefício para todas as partes. Normalmente os pais se conhecem e o relacionamento entre os filhos começam. Geralmente, no início tudo é legal, ocorre tudo bem, principalmente sendo crianças até oito anos de idade.

Caso haja filhos adolescentes a aproximação ou o início dessa relação exigirá mais atenção, cuidado e muita preparação. É justamente esse cuidado com a aproximação e início de relacionamento que alguns casais geralmente não pensam, pois, estão entretidos e fixados somente em sua própria história, na paixão, até que decidem unir as famílias. Depois é que vão lidar com as reações dos filhos o que torna tudo muito mais difícil e às vezes até doloroso.

Venho de uma família da qual tive que me relacionar com um irmão de sangue mais sete meios-irmãos, nascidos do envolvimento de meu pai com outras duas esposas, depois da separação com minha mãe. Penso que, como eles nasceram em nosso convívio, e nosso pai sempre nos tratou com igualdade, não tivemos conflitos por sermos de mães diferentes. Tínhamos desavenças normais entre irmãos, principalmente pela diferença entre as idades. Mas, não por sermos meios-irmãos.

Filhos de casamentos distintos e a união destes, em uma nova família, devem ser tratados com muito cuidado. O casal primeiramente precisa estar muito ciente das dificuldades que enfrentarão e prepararem-se para acolher os filhos do cônjuge de maneira aberta, sem críticas ou ciúmes para que, com o tempo, o relacionamento se desenvolva a ponto de se transformar em carinho e amor.

Lembrando sempre que: quem deve se preparar são os adultos. Não se deve cobrar dos seus filhos, por diversas razões. Vou destacar apenas algumas:

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  • Não foi escolha dos filhos a separação dos pais e, principalmente, a nova união. Eles são coadjuvantes nessas histórias e devem ser tratados com respeito, justamente por não terem tido a opção de opinar.

  • A decisão da união entre as famílias deve ser trabalhada e preparada com antecedência. É preciso haver tempo e oportunidades para que os filhos de ambos os lados interajam, tanto entre si, quanto com a nova figura adulta.

  • Essa relação deve iniciar com respeito às diferenças que ambas as famílias trarão e, principalmente, primar para que se desenvolva confiança entre as partes. O casal deve levar em conta e estarem cientes que não existe, a princípio, entre seus filhos, o mesmo carinho ou amor que há entre o casal. Exigir esta aceitação à força só irá criar reações negativas.

  • Se possível, as famílias devem ter acompanhamento psicológico e eclesiástico, para que os oriente na aproximação e possíveis conflitos.

Sobre este tema, Robert E. Wells disse dificilmente são considerados nos planos do novo casal (…) todos os outros membros destas famílias, é preciso administrar bem este fato para não influenciar negativamente o novo relacionamento”. Ele cita:

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“Os filhos de uma família mista, muitas vezes, passam a ter o dobro de avós, tios e primos do que tinham na família anterior. Cada pai, da mesma forma, passa a conviver também com os familiares do novo cônjuge. Todas essas pessoas fazem parte da família das crianças e, até certo ponto, têm interesse em manter um relacionamento com elas, visitas, reuniões familiares e a observância de datas festivas exigem concessões e planejamento. Para que tenha sucesso, a família precisa de uma resistência espiritual e perseverança incomum. […] Quem pagar o preço de tornar a família mista bem-sucedida poderá experimentar a alegria advinda de viver juntos em amor”.

Acima de tudo, o casal deve nutrir e demonstrar aos filhos um do outro que estão dispostos a aceitá-los e amá-los. Os meios-irmãos receberão essa atitude como exemplo e assim nutrirão o mesmo sentimento entre eles.

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Beth Proenca Bonilha

Graduada em Administração de Empresas com MBA em Empreendedorismo. Casada mãe de 6 filhos, avó de 2 netos. Atua profissionalmente como Analista Instrutora da Educação Empreendedora no SEBRAE - SP. Como hobby gosta de artesanato, música e leitu