Aprendendo a amar

Reflexões sobre o que faz as pessoas sentirem-se só por não encontrarem alguém a quem se amem e que as deseje amar.

Suely Buriasco

O amor é fundamental na vida das pessoas; alguns o proclamam, outros o buscam, mas muitos guardam carências perturbadoras e muitas vezes, tristes. A busca de um amor que se encaixe num modelo, como se sentimento pudesse ter forma, têm levado muitos ao desespero da solidão.

Quando algo não vai bem é sábio refletir sobre as causas, revendo velhos conceitos e concepções.

O vazio existencial

Na busca insensata de alguém que lhe traga a famosa felicidade, a decepção tem sido grande. Relacionamentos caem no vazio e aumentam, cada vez mais, o índice de divórcio e discórdia entre familiares. É preciso refletir: Por que continuar a depositar nas mãos de outras pessoas o que não lhes compete? A felicidade é aquisição de cada um e compreende a satisfação íntima que se opera pela sensação do dever cumprido e da consciência tranquila. O amor romântico tem lá o seu charme, mas não pode ser determinante na vida de ninguém, pois não corresponde a realidade do dia a dia. Bom mesmo é dedicar-se ao amor sem tantas exigências.

Amor e compreensão

Nessa busca por amor, aprender a amar é fundamental. Então se somam fatores que nos levam a observar que para amar é preciso crescer em paciência, resignação, compreensão e, consequentemente, em perdão. Quase sempre as pessoas que mais amamos são as que mais nos ferem e nos fazem sofrer. Isso acaba fazendo com que a pessoa ferida não se sinta amada, pior ainda, sinta-se rejeitada. No entanto, é preciso considerar que as pessoas são e agem em conformidade com suas concepções interiores. Por essa razão é que devemos procurar em nós mesmos a compreensão que nos leve a amar as pessoas como elas são. Enquanto esperarmos que os outros nos amem do modo que desejamos, jamais nos sentiremos satisfeitos, pois, estaremos estacionados no egoísmo.

O grande aprendizado

Para o aprendizado do amor é necessário assimilar as diferenças, já que cada pessoa tem a sua forma própria de amar e se manifestar. Enquanto o seu empenho for pela transformação do outro conforme o seu ideal, você não se sentirá amado e muito menos estará amando. Ao passo que aceitar o sentimento dos outros como eles sabem manifestar é iniciar o aprendizado do verdadeiro amor que é incondicional. Essa disposição, certamente, tem poder de provocar a felicidade.

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O psiquiatra Içami Tiba fala desse aprendizado de forma poética: “Eu sou branco. Você é vermelho. Quando estamos juntos somos rosa. Antes de eu conhecer você, eu não sabia o que era rosa… Percebi-me em alguns variados momentos querendo mudar a sua cor. Ainda bem que você soube permanecer-se vermelho”.

Para aprender a amar e sentir-se amado: ame!

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.