A real beleza da mulher: Você é mais bonita do que pensa

Todos são bonitos de um jeito diferente. As mulheres em geral são autocríticas e tendem a diminuir os próprios atributos. Leia este artigo e descubra sua beleza interna e externa.

Marcia Denardi

Eu tenho uma filha de 4 anos que é muito linda. Não é coisa de mãe coruja não. Ela é muito linda mesmo. Tem grandes olhos castanhos escuros, pele morena clara, cabelos castanhos cacheados, nariz arrebitadinho e uma boquinha carnuda. Apesar disso, não é raro eu escutá-la dizendo que gostaria de ser loira, de olhos azuis e ter cabelos lisos. Na primeira vez que ela disse isso, fiquei surpresa e perguntei por quê. Ela me disse que queria ser como a Barbie. Expliquei que todas as pessoas são bonitas, mas de jeitos diferentes. Embora ela tenha entendido, às vezes ainda a ouço insinuando que não é tão bonita quanto gostaria.

Para ser sincera, além de surpresa, fiquei um pouco triste com o que minha pequena princesa disse. Primeiro por ela já estar se preocupando com problemas de autoestima e sendo influenciada por pressões externas. E também porque, admito, muitas vezes eu mesma me pego tendo o mesmo sentimento, e sei exatamente como é ruim não seguir um padrão de beleza que a maioria considera “perfeito”. Gostaria de ser mais bonita, mais parecida com as Barbies, as Cinderelas e as Belas Adormecidas da vida. Mas quando tomo consciência do que estou sentindo, lembro-me do que eu mesma ensino para minha filha e acabo percebendo que existe mais de um tipo de beleza no mundo, e não um único padrão.

As exigências do mundo

O problema é que vivemos em uma sociedade ditada pela mídia e pela moda, que determina o que devemos vestir, comer, ver, escutar e ser. Não somos nós exatamente que decidimos o que é o melhor para nossas vidas. Para que nos sintamos encaixados e aceitos, muita vezes condicionamos nossos desejos para que atendam ao bombardeio de pressão que nos é imposto. É aí que ocorre a frustração das pessoas quando não conseguem suprir essa pressão.

Gosto deste trecho que Jeffrey R. Holland, um especialista familiar, disse sobre o fato de termos a necessidade de atingir o padrão do mundo:

“Francamente, o mundo tem sido muito cruel com vocês nesse sentido. Vocês estão sendo bombardeadas pelo cinema, televisão, revistas de moda e propagandas com mensagens de que a aparência é tudo na vida! A idéia transmitida é que ‘Se sua aparência for boa o suficiente, sua vida será glamourosa, e você será feliz e popular’. (…) Em termos de preocupação consigo mesma e obsessão pela aparência física, isso é mais do que uma insanidade social; é algo espiritualmente destrutivo e responsável por grande parte da infelicidade que as mulheres, inclusive as jovens, enfrentam no mundo moderno. E se as adultas estão preocupadas com a aparência — cortando, esticando e fazendo implantes e remodelando tudo o que pode ser remodelado — essas pressões e ansiedades sem dúvida afetarão as crianças. (…) Na sociedade do mundo, tanto a vaidade quanto a fantasia estão descontroladas. Seria preciso um vasto conjunto de produtos de maquiagem para a pessoa competir com o que é retratado nos meios de comunicação a nossa volta”.

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O que mais me choca é saber que essa exigência já começa a atingir a mente das crianças. Grande parte cresce achando que não é tão bonita ou aceitável e por isso não tem tanto valor. No fundo, eu já imaginava que minha filha acabaria se sentindo um pouco frustrada quando começasse a tomar consciência da competitividade e dessas exigências que existem em demasia no mundo. Afinal, que menina não brinca de Barbie e deseja ser como ela, de tanto que é exposta a esse modelo de beleza? Por isso, eu nunca quis que minha filha brincasse com essas bonecas modelo. Quando tenho que escolher suas bonecas, procuro as mais simples, como a maioria das pessoas. Mas como as Barbies são inevitáveis, o jeito é tentar ensinar às crianças que não é a aparência que necessariamente determina o valor de alguém, mas sim suas escolhas, seus sentimentos e suas atitudes.

O nosso verdadeiro valor

Nós mulheres, somos ainda mais críticas em relação à nossa própria aparência. Somos mais atingidas do que os homens pelas pressões que recebemos. Os outros não nos enxergam nem de longe de uma forma tão negativa quanto nós mesmas. Por isso, qualquer pequena imperfeição, muita vezes imperceptível ou ignorada pelos outros, acaba se transformando em um verdadeiro monstro que afeta negativa e consideravelmente nossa percepção sobre nós mesmas.

Mal sabemos o quando isso é prejudicial à nossa autoestima. Sempre que penso nisso acabo automaticamente sendo levada a pensar outra coisa: “praticamente nenhuma de nós jamais conseguirá atingir esse padrão perfeito de beleza, porque ele simplesmente não existe”. Até mesmo as altas, loiras de olhos azuis e cabelos lisos, como uma das personagens do vídeo, encontram imperfeições nelas mesmas. Ou seja, somos bonitas do jeito que somos, mesmo com nossas pequenas falhas físicas. Eu por exemplo, tenho o nariz bastante grande, olheiras profundas, dentes meio tortos e algumas manchas na pele. Mas fazer o quê? O mais importante é que “o Senhor usa uma escala muito diferente da que o mundo usa para definir o valor de uma alma” (Dieter Uchtdorf), e para Ele, pouco importa quais são nossas características físicas, desde que nosso espírito seja lindo.

A frase que finaliza o vídeo anexo a este artigo é mais do que oportuna para eu finalizar também meu artigo: “Nós gastamos muito tempo como mulheres, analisando e tentando consertar coisas que não estão completamente certas, e deveríamos gastar mais tempo apreciando as coisas de que realmente gostamos”.

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Marcia Denardi

Márcia Denardi é jornalista, musicista e uma mãe e esposa loucamente apaixonada pelos filhos e pelo marido. Tem como objetivo profissional usar a informação para fortalecer as famílias. Curta a fan page www.facebook.com/blogmarciadenardi.