A arte de ser mulher: priorizando a felicidade do outro e não a nossa

Nós podemos ser agentes da felicidade alheia, basta entender que somos somente uma parte pequena deste quebra-cabeça chamado Vida.

Fernanda Ferrari Trida

Decidi escrever sobre este tema por me identificar plenamente com ele. Não porque eu seja alguém altruísta (infelizmente) ou por achar que eu não mereça ser feliz. Não é nada disso. Também não pretendo ser feminista, mas corro esse risco já que estou escrevendo sobre minha vivência como mulher e sou um pouco antiquada.

Sempre acreditei que as mulheres podem e devem fazer tudo o que os homens também podem fazer, mas existem algumas coisas que nós fazemos melhor e outras nas quais eles têm maior facilidade. Assim, nos complementamos. Os homens são objetivos, resolutos, concisos e tão racionais, que às vezes, parecem não sentir nada. Já as mulheres são um poço de sensibilidade e completamente subjetivas, ficando à mercê de suas flutuações hormonais e de seus sentimentos por vezes irracionais.

Mulher: A unificação da família

Pensando dessa forma, acredito caber à mulher o papel de unificação da família. Não me entendam mal, leitora e leitor. Mas é uma experiência que tive e continuo a ter todos os dias no trato com minha família. Quando me sinto cansada, nervosa e irritada, mesmo que não diga uma palavra, meu marido, filhos e até os cachorros ficam excitados, irritadiços e ligeiramente agressivos. Porém, nos dias em que estou calma e mais paciente, tudo corre na mais pura harmonia em minha casa.

Assim, mesmo que afirmemos que os tempos mudaram, a mulher ainda é o pilar da família e sempre será. Se ela fica doente, todos ao seu lado “adoecem”; se fica triste, todos entristecem; e se fica alegre, a tranquilidade reina. Depois que casamos e nos tornamos mães, não há como preferir nossa felicidade em detrimento da deles. Seria um paradoxo, pois só estamos bem quando nossos filhos e marido estão alegres.

A felicidade do outro é a base da nossa felicidade e tranquilidade

Este é um exercício diário e eterno: escolher a felicidade alheia em vez da nossa. Com o cônjuge e os filhos, creio ser mais fácil. Não estou dizendo que devemos abdicar de nossos sonhos, que devemos nos dedicar 100% do tempo à nossa família. Basta que tenhamos a certeza de que eles são o mais importante e são sempre nossa única prioridade.

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Porém, pensar assim com relação a pessoas com as quais convivemos e que muitas vezes, por um motivo ou outro, não nos tratam como gostaríamos, é bem mais difícil. Mas, se pensarmos que a felicidade do outro será a solução para o fim desses comportamentos, lutaremos para que ele a conquiste, e assim nos tornaremos pessoas melhores, mais calmas e mais felizes.

Outro modo de priorizarmos a felicidade de outra pessoa é nos conscientizando de que somos indivíduos que vivem em sociedade e precisam uns dos outros. A partir do momento que entendemos que uma pessoa não é capaz de existir por si só, estaremos colocando os outros em uma posição mais importante que a nossa. Mais uma vez digo que não acho que devamos baixar a cabeça aos desejos dos outros e abdicar daquilo que queremos conquistar em prol de ninguém, pois nos transformaremos em pessoas amargas. Afirmo apenas que deixar o egocentrismo de lado torna a vida mais fácil.

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Fernanda Ferrari Trida

Fernanda Trida é jornalista, médica veterinária, dona de casa, esposa, mãe de Marcela, com três anos, e de João, com um ano de idade.