5 dicas para um acordo de divórcio

Algumas dicas no sentido de buscar acordos que garantam a satisfação dos interesses dos divorciados, amenizando a dor da separação.

Suely Buriasco

O momento do divórcio é muito delicado e complexo, até mesmo para os cônjuges que se decidem por ele. Hoje em dia divorciar-se é algo muito rápido e simples; em contrapartida, mantém a característica de sempre ser um processo doloroso. Afinal o sentimento de perda é inevitável e as mágoas são muito recentes.

Todo o rancor jogado num processo de divórcio vai além da separação; afinal morre junto um projeto de vida a dois que representa a ruptura de um ideal. Só que alguns doem muito mais que outros; isso acontece porque uma das partes não quer perder o vínculo e usa a briga como um ponto de contato. O sofrimento também se evidencia no caso de casamentos longos, onde os cônjuges, ou um deles, tiveram uma perda muito grande da individualidade.

Entretanto, se a separação é inevitável e você realmente já esgotou todas as possibilidades de evitar o fim de seu casamento, melhor pensar numa forma de amenizar tanto sofrimento, não é mesmo?

1º) Seja racional

Quanto mais consensual melhor para todos os envolvidos, assim, procure pensar no processo de divórcio como uma sociedade que precisa ser desfeita. Deixe toda nódoa fora disso; muitas pessoas se arrependem mais tarde de decisões tomadas no calor das emoções. O momento é de decisão e você precisa ser racional; depois você terá tempo de cuidar de seus sentimentos.

2º) Busque o diálogo

Ninguém disse que seria fácil; o diálogo interrompido pela tristeza, raiva e frustração dos últimos tempos, precisa ser recuperado. Para que o processo do divórcio seja consensual, necessariamente vocês precisam estar de acordo em tudo. Três pontos são cruciais: a divisão de bens, pensão ao cônjuge que eventualmente tenha deixado de trabalhar fora e se tornou economicamente dependente, e pensão alimentícia, se há filhos. Assim é fundamental sentar à mesa e conversar, sendo recomendável, pois, que o casal tente se manter equilibrado.

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3º) Empenhe-se pelo acordo

As vantagens do acordo são muitas: é rápido, bem menos desgastante e mais barato. O problema é que, geralmente, se as duas partes estivessem emocionalmente em condições de entrar em um acordo, não estariam se divorciando. No entanto, procure ser o autor do consenso e caso não consiga, procure um mediador de conflitos. A mediação é muito recomendável nesses casos, pois trabalha com a emoção, facilitando a compreensão entre os envolvidos.

4º) Considere a dor do outro

Mesmo que o pedido do divórcio tenha partido de seu cônjuge, ele certamente não está confortável nessa condição; e se partiu de você, pense o quanto isso o afetou. De qualquer forma, o momento de efetivar uma separação é sempre doloroso; vocês dois estão sofrendo, busque compreender e legitimar também a dor do outro. Nesse intuito procure relevar palavras ou gestos de desdém, muitas vezes são maneiras de expressar sofrimento. Fixe no principal que é um acordo que seja interessante para vocês e compreenda se o outro tem mais dificuldade de lidar com a própria dor.

5º) Priorize o bem-estar de seu filho

Para casais que constituíram família com filhos os problemas são mais complexos, porque existe uma gama muito maior de emoções envolvidas. Nesse caso, será preciso definir as questões legais, como guarda, visitas e pensão alimentícia e tudo piora quando o casal coloca a criança como moeda de troca. Não se trata de pais que não pensam em seus filhos, mas de um processo natural do ser humano que magoado apresenta algum grau de perda de discernimento. Isso é comum, mas pode e deve ser evitado. Lembre-se disso no momento de decidir a vida de seu filho e avalie bem se está realmente priorizando o bem-estar dele.

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Suely Buriasco

Mediadora de Conflitos, educadora com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, apresentadora do programa Deixa Disso com dicas de relacionamentos. Dois livros publicados: “Uma fênix em Praga” e “Mediando Conflitos no Relacionamento a Dois”.